* Nº 0959 - TACACÁ DAS 17H:00 – SÉRIE: CRÔNICAS DE MAYANDEUA
Direto de Mayandeua.... Primolius relembrando... O ar de Belém ganha uma vibração peculiar quando os sinos da igreja, como um último suspiro antes do silêncio, anunciam as cinco da tarde. É o momento em que o dia começa a declinar, mas a cidade desperta em outro compasso. Não importa o bairro: nas ruas apressadas do Comércio, nas avenidas sombreadas de Nazaré ou nas vielas que se perdem em Jurunas, o chamado é universal. É a voz da tradição que ecoa, antiga e viva, convocando os sentidos para um ritual que é, ao mesmo tempo, alimento e memória. De repente, Belém se transforma num palco aromático onde o cheiro do tucupi se mistura ao perfume da chuva e ao som dos passos apressados que buscam a primeira cuia fumegante. Nas esquinas, as barracas florescem como altares. Fogareiros sibilam, panelas borbulham, cuias coloridas se alinham como joias de cerâmica sobre os tabuleiros. O cenário é sempre o mesmo, mas nunca igual. Cada tacacazeira carrega seu toque secreto: um punhado de jambu...









