* N° 0096 - ABELHAS DE MAYA E SEUS CONTATOS - SÉRIE: CRÔNICAS DE MAYANDEUA

 


Era uma manhã serena quando, inesperadamente, um objeto misterioso surgiu no horizonte da ilha, atraindo atenção especial na Vila de Camboinha. Três abelhas, que por ali zumbiam em busca de flores, foram as primeiras a notar o estranho artefato. Movidas por uma força inexplicável, elas abandonaram suas atividades rotineiras e passaram a seguir o objeto misterioso até a margem das águas da maré. Embora fossem criaturas destemidas, naquele momento pareciam estar hipnotizadas, como se algo além de sua compreensão estivesse no controle.  Enquanto as abelhas avançavam em direção ao desconhecido, seus velhos amigos, os peixes, perceberam a situação e, preocupados, decidiram intervir. Com movimentos ágeis, saltaram da água e avisaram as pequenas aventureiras: "Vocês precisam voltar ao mangue! Esse objeto é perigoso, e pode trazer grandes problemas para todos nós". As abelhas, no entanto, mal podiam ouvi-los, totalmente imersas em seu estado de transe.

Logo após o aviso dos peixes, o objeto, que até então pairava silencioso, subiu abruptamente pelos céus de Mayandeua, desaparecendo em um rastro brilhante. Mas, assim que ele se foi, algo incomum e intrigante começou a acontecer com os que testemunharam o evento. Tanto as abelhas quanto os peixes, que antes compartilhavam conversas e canções familiares, agora emitiam sons estranhos e incompreensíveis. De seus corpos ecoavam códigos e sinais que pareciam pertencer a linguagens desconhecidas, porém, de forma curiosa, todos se entendiam. Era como se uma nova forma de comunicação tivesse sido implantada, algo que transcendia as palavras convencionais e as fronteiras de suas espécies.

O sábio Primolius,  que habitava os céus da ilha, soube do ocorrido e, ao refletir sobre os estranhos eventos, afirmou com convicção: "Aqueles que viram o objeto, tanto abelhas quanto peixes, foram escolhidos para uma missão especial. Algo muito importante acontecerá em breve, e eles serão os responsáveis por proteger a ilha de um grande mistério que se aproxima". Mas o que seria essa missão? O que significavam os sons e códigos estranhos? Primolius não revelou mais detalhes, deixando no ar o enigma. "Tudo será revelado a seu tempo", ele disse, voando em direção ao pôr do sol, prometendo que a continuação dessa história seria contada em breve.

E assim, os mistérios da ilha continuavam a crescer, enquanto seus habitantes aguardavam ansiosamente pelo que viria a seguir.


FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius N° 0096

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