*Nº 0877 - EU, JACINTO! - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA

 


Eu Jacinto, o pequeno ser de asas cintilantes, movia-se como uma brisa suave através de matas densas e lagos serenos. Não havia canto desse mundo que ele não conhecesse, não havia sonho que ele não pudesse colorir. Voava baixo sobre campos de flores silvestres, suas asas tocando suavemente as pétalas de muruci e bacuri, trazendo de volta o brilho às cores que haviam desbotado com o tempo. Com cada batida de suas asas, o ar se preenchia com um aroma doce e fresco, e as folhas nas árvores sussurravam uma canção que passeava por toda a ilha. 

Em dias nublados, ele cortava os céus com destreza, cruzando arco-íris que surgiam apenas para ele. Os animais da floresta, cientes de sua presença, paravam para observá-lo, sabendo que onde Eu Jacinto passava, a vida florescia com mais força. Ele era o guardião dos ventos, o artesão das cores, o libertador dos sonhos esquecidos de navegantes perdidos. A cada amanhecer, quando o sol tocava a linha do horizonte de Maya, Eu Jacinto dançava com as abelhas entre as flores, criando novas melodias que enchiam o ar de harmonia. As águas dos lagos, antes turvas, se tornavam cristalinas sob sua influência, refletindo o céu como um espelho de azul profundo.

E mesmo quando a noite caía, ele não descansava. Nas sombras da lua, Eu Jacinto cruzava as estrelas, alinhando-as como contas em um fio, produzindo novas histórias e destinos para aqueles que ainda sonhavam. Ele era um espírito indomável, cuja missão transcendia o tempo e o espaço. Assim, o pequeno ser continuava, trazendo luz e cor ao mundo com sua presença mágica e eterna.

- Um novo Encantado chegando em Maya através de seus Portais.


FIM

Copyright de Britto, 2022

Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0877



Mensagens populares