* Nº 0864 - DANÇA DE SAMAMBAIAS - SÉRIE: CRÔNICAS DE MAYANDEUA


Na varanda de uma casa em Mayandeua, uma cadeira de balanço movia-se suavemente, guiada pelos pensamentos de quem nela se sentava. A velha memória, rica e cheia de vida, ocupava a mente daquele que ali repousava, enquanto o olhar se perdia no horizonte. Na varanda, as samambaias dançavam ao vento que vinha do mar, criando uma sinfonia visual de verde e movimento.

O princípio das palavras e dos livros enchia o ar, como se cada brisa carregasse fragmentos de histórias ainda por escrever. Era um lugar onde a vida ia e vinha, refletida no vai e vem da cadeira de balanço, cada movimento um compasso na melodia da existência. Naquele espaço, o corpo pensante contemplava o pensar de tudo, mergulhado em projetos e sonhos que flutuavam como as samambaias ao vento.

Livros empilhados, cada um com sua própria história, aguardavam pacientemente para serem abertos e lidos. Eram janelas para mundos desconhecidos, ideias esperando para ser descobertas e exploradas. Projetos de vida, rabiscados em cadernos, desenhavam futuros possíveis, cada linha uma promessa de realização e aventura. A vida acontecia na varanda, de frente para o mar. As casas alinhadas ao longo da costa eram testemunhas silenciosas das idas e vindas, dos sorrisos e das lágrimas, das esperanças e dos desafios. O mar, eterno e imutável em sua constância, oferecia um pano de fundo perfeito para as reflexões e os sonhos que nasciam ali.

A cadeira de balanço, com seu movimento rítmico e reconfortante, era mais do que um simples móvel; era um símbolo da passagem do tempo e da continuidade da vida. Cada balanço trazia de volta memórias antigas, enquanto ao mesmo tempo empurrava o pensamento para novas direções. Era um ponto de ancoragem em um mundo em constante mudança, um lugar onde o passado e o futuro se encontravam no presente. As samambaias, dançando ao sabor do vento marinho, pareciam sussurrar segredos, histórias de outros tempos e outras vidas. E assim, na varanda de uma casa em Mayandeua, a vida continuava a acontecer. O corpo pensante, envolto em pensamentos e sonhos, observava o mundo ao seu redor, sentindo a brisa do mar e ouvindo o canto distante das ondas. Livros, projetos, memórias e esperanças se entrelaçavam, criando um mosaico de experiências que fazia da varanda um lugar sagrado, onde a vida era vivida plenamente e cada momento era uma oportunidade de reflexão e crescimento.

- Primoplius produzindo...


FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0864

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