*Nº 0851 - O RETORNO ATRAVÉS DOS PORTAIS DE MAYA - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA

 


Era uma tarde qualquer de 1980, quando Yphyus, um jovem curioso e sonhador, estava imerso em seu quarto, um verdadeiro santuário dos anos 80. Na sua mesa, repousava um computador antigo, um Commodore 64, com seu zumbido característico que enchia o ambiente de uma sensação de progresso e tecnologia. Ao lado, uma televisão de tubo exibia um programa popular da época, suas imagens cintilando com a familiaridade dos dias de infância.

Na estante, fitas VHS e uma pilha de jogos de vídeo clássicos esperavam por um momento de diversão. Perto dali, um telefone de discar repousava sobre uma mesa lateral, sua presença uma reminiscência dos tempos em que as conversas telefônicas eram marcadas pelo som dos discos girando. As paredes eram decoradas com pôsteres de filmes icônicos e estrelas da música. A moda também se fazia presente em seu guarda-roupa: jaquetas jeans, bandanas e óculos grandes, uma verdadeira homenagem ao estilo exuberante da década. A decoração do quarto de Yphyus era um caleidoscópio de cores vivas e padrões geométricos, um reflexo perfeito da energia vibrante dos anos 80. Mas aquele dia seria diferente. Enquanto assistia à TV, algo estranho aconteceu. A tela começou a brilhar intensamente, emitindo uma luz hipnótica que envolveu todo o quarto. Yphyus sentiu uma força irresistível puxando-o em direção ao aparelho. Antes que pudesse reagir, foi sugado para dentro do tubo de imagem da televisão.

Ele foi lançado em um turbilhão de luzes e cores, sentindo-se como se estivesse viajando por um túnel de energia pura. Quando finalmente a sensação de vertigem cessou, Yphyus encontrou-se em uma ilha paradisíaca. A areia branca e fina se estendia até onde a vista alcançava, contrastando com o azul cristalino do mar. Ele olhou ao redor, maravilhado com a beleza do lugar. Enquanto explorava a ilha, Yphyus notou algo peculiar. Objetos familiares do seu quarto estavam espalhados pela ilha. O velho computador, fitas VHS, o telefone de discar, tudo estava lá. Ele encontrou até pôsteres de filmes e bandas que cobriam as árvores e pedras da ilha, como se a própria ilha fosse uma extensão do seu quarto.

Yphyus passou dias explorando cada canto da ilha. Ele encontrou pessoas vestidas com a moda dos anos 80, como se tivessem sido transportadas diretamente daquele tempo. As interações com essas pessoas eram uma mistura de nostalgia e descoberta, trazendo à tona memórias e experiências que ele pensava ter esquecido. A ilha era um misto de realidade e fantasia, onde cada objeto e cada pessoa parecia ter uma história a contar. Yphyus percebeu que a ilha não era apenas um lugar físico, mas uma manifestação dos seus sonhos, memórias e desejos. Era um refúgio onde ele podia reviver os melhores momentos da sua vida e explorar novas possibilidades. Explorando mais a ilha, Yphyus encontrou um esconderijo onde várias fitas VHS estavam empilhadas, cada uma contendo programas e filmes que ele adorava assistir. Ao reproduzi-las em um velho videocassete que encontrou, ele se via revivendo as aventuras e emoções de sua infância, imerso em um mundo que combinava a fantasia das telas com a realidade ao seu redor.

Caminhando pela praia, ele encontrou uma cadeira de praia e um guarda-sol com o logotipo de um clube de praia dos anos 80, completando a atmosfera nostálgica. Sentado ali, ele podia ver o horizonte, onde o sol se punha, pintando o céu com cores vibrantes que lembravam as luzes de neon que ele tanto adorava.À medida que os dias passavam, Yphyus começou a entender que a ilha era mais do que um simples lugar. Era um portal para suas lembranças mais queridas, um lugar onde ele podia se reconectar com o passado e, ao mesmo tempo, descobrir novas partes de si mesmo. Cada interação, cada objeto e cada pessoa que ele encontrava na ilha adicionava um novo capítulo à sua própria história.

E assim, Yphyus continuou sua jornada na ilha, descobrindo novos aspectos de si mesmo e do mundo ao seu redor. Através da magia da televisão, ele encontrou um portal para uma realidade onde o passado e o presente se encontravam, criando um espaço único de aventuras e descobertas. E enquanto ele explorava, a ilha se tornava cada vez mais viva, refletindo a essência vibrante e dinâmica dos anos 80. A ilha se tornava um verdadeiro santuário de memórias, um lugar onde Yphyus podia ser verdadeiramente livre e viver em harmonia com suas paixões e sonhos. De repente, Yphyus acorda! À sua frente, estava algo muito diferente. Um ser misterioso, emanando uma aura enigmática, apareceu diante dele. Esse ser fez um convite a Yphyus, em nome da ilha que ele conhecera. Disse que ele estava em Maya há muitos anos e que viajava no tempo. Com um sorriso, o ser estendeu a mão, pronto para levá-lo em uma nova aventura. Echa!

- Coisas de Maya!


FIM

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JProjeto Literário e Musical Primolius Nº 0851



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