*Nº 0818 - CIDADES EM VHS - SÉRIE: CRÔNICAS DE MAYANDEUA


Nas ruas movimentadas e cheias de vida de uma metrópole  nos finais da década de 80, existia um grupo de amigos que marcava presença em todos os lugares com seus estilos únicos e inconfundíveis. Eles eram conhecidos como "Topetes de Jaquetas Justas". Liderados por um rapaz de personalidade carismática e um topete impecável que parecia desafiar as leis da gravidade, esse grupo era conhecido por sua paixão pela música, pela moda e pela vida noturna da cidade. Todos os fins de semana, reuniam-se em um barzinho local, onde compartilhavam risadas, histórias e, é claro, alguns líquidos que os deixavam prontos para as suas tendências de um mundo, talvez, fora do padrão para muitos daquela época . Enquanto as músicas dos Smiths, Led e Pink tocavam ao fundo, discutiam os últimos lançamentos de Lps, os melhores lugares para dançar e os filmes mais recentes que haviam assistido no cinema, ou mesmo em VHS. 

As jaquetas jeans eram o símbolo de sua rebeldia e atitude descolada, enquanto as calças justas ressaltavam suas silhuetas esguias e elegantes. Destacavam-se na multidão, causando admiração e inveja por onde passavam. Mais do que estilo, o grupo compartilhava uma amizade verdadeira e duradoura, sempre presente um para o outro nos bons e nos maus momentos, apoiando-se mutuamente em suas jornadas pela vida. À medida que o tempo passava e a década de 80 chegava ao fim, continuavam a ser lembrados como ícones de uma era marcante na história da cidade. Seus estilos inconfundíveis e sua amizade eterna permaneceriam vivos na memória daqueles que tiveram a sorte de cruzar seus caminhos naquela época tão especial.

Décadas se passaram desde aquelas noites eletrizantes na cidade. Os integrantes do icônico grupo agora vivem em Algodoal e Fortalezinha,  ilhas  onde o tempo parece ter um ritmo diferente. Alguns deles abriram pousadas charmosas, enquanto outros residem na Princesa, uma das áreas mais tranquilas das ilhas. Seus cabelos, outrora símbolos de uma rebeldia jovial, agora estão brancos, mas carregam a mesma liberdade daquela época distante. Musicalmente, continuam sendo espíritos livres, embalados por canções que ecoam a nostalgia dos anos 80 e pela brisa do mar. Em suas pousadas, recepcionam visitantes com histórias vibrantes de uma cidade que jamais se apagará de suas memórias. Ali, entre risadas e melodias, preservam a essência de uma amizade que transcendeu o tempo, eternizando a energia e a paixão que os uniu naquela era inesquecível. E assim, outros vão chegando na ilha  para poderem direcionar no agora a natureza que sempre os esperou.  E só quem reside nas ilhas sabem disso. 

- E assim,  estes  e outros, caminham nas areias sagradas de Algodoal e Maya!

- Coisas destas ilhas!


FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius N° 0818

    

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