Nº 0655 - RATO RATECO - COORDENADA GEOGRÁFICA 56 - CARTOGRAFIA DO IMAGINÁRIO POPULAR DE MAYANDEUA

 

Perto das ilhas, na esquina de uma rua qualquer, havia uma bota amarela. Era a casa de Rateco, um ratinho curioso e aventureiro. Um dia, ele resolveu atravessar a rua para ver uma árvore grande que chamava a sua atenção. Ela deixava cair pedacinhos de cores rosadas no chão, que pareciam flores. Ele chegou até ela e subiu nos seus galhos. Lá de cima, ele viu um mundo diferente, todo róseo e bonito. Ele ficou encantado com a paisagem e se sentiu feliz.

À tarde, ele voltou para a sua bota e se preparou para dormir. Começou a chover forte e ele ficou ouvindo o barulho da água. Ele pensou na árvore que ele tinha visto e imaginou que ela era mágica. Depois da chuva, a lua iluminou o céu e a árvore com a sua luz. No dia seguinte, ele teve uma surpresa: com os raios do sol na árvore, ele viu que ela tinha pequenos pontos vermelhos que brilhavam como luzes. Ele não resistiu e foi até lá de novo.

E assim foi por algumas semanas. Ele ia todos os dias visitar a árvore e admirar os seus frutos vermelhos. Até que um dia, depois de outra chuva, ele viu que os frutos tinham caído no chão e estavam misturados com as flores rosadas e roxas. Ele achou aquilo lindo e se aproximou para ver melhor. Sentiu um cheiro doce e mordeu um dos frutos com força. Era delicioso! Ele exclamou:

- Que gostosura! 

-  Tudo meu! 

E assim ele passou a comer os frutos que caíam da árvore todos os dias. Ele tinha descoberto uma das árvores que possuíam uma das flores mais belas de nossa flora: o jambeiro.

E ainda teve outra surpresa: de tantas idas e vindas para visitar o jambeiro, uma semente germinou dentro da sua bota. E ela começou a crescer e a virar outra árvore. Hoje, Rateco mora no andar mais alto daquelas bandas, pois o jambeiro cresceu tanto que levou a sua bota junto com ele. Ele está mais perto das nuvens mágicas de Mayandeua. 

E até hoje ele está por lá!

FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius /N° 0655