Nº 0561 - ENCONTROS DE RIO - CRÔNICA



Numa manhã serena, as águas do rio executavam uma dança suave, refletindo os raios dourados do sol nascente. Às margens, pedras antigas e polidas guardavam histórias silenciosas, testemunhas do tempo que escorria como as próprias águas. Em meio a esse cenário tranquilo, um encontro improvável estava prestes a se desenrolar. Uma pequena folha de taperebazeiro, transportada pela brisa suave, deslizou delicadamente pela superfície do rio. Era como se o destino a conduzisse na dança líquida das correntezas. As pedras e os encantados do igapó, impassíveis, observavam a jornada da folha, cada uma com suas marcas, cicatrizes de antigas tempestades e correntezas turbulentas. No entanto, ali, naquela manhã, a calma reinava.

À medida que a folha seguia seu curso, o rio parecia guiá-la em direção a um desfecho inevitável. E assim, com uma coreografia natural, a folha encontrou-se com o mar. A vastidão verde-azul estendia-se diante dela, um horizonte sem limites que se fundia com o céu. Esse encontro, aparentemente simples, carregava consigo uma poesia única. O rio, as pedras e o mar tornaram-se personagens de uma narrativa silenciosa, onde a natureza conduzia mais uma história de união e transformação.

Assim, a fluidez do rio foi representada pelo curso da vida; as pedras e os lodos simbolizam a resistência diante das adversidades, e o mar, ah, o mar... É o destino final que aguarda a todos. Neste encontro, elementos e essências se entrelaçam, e cá estamos, entre dúvidas, por entre as árvores às quais devemos cuidar, e o qual rio devemos zelar. Portanto, Primolius relata:

- Devemos sempre refletir sobre a beleza de encontros inesperados. Pois, até as folhas têm seu destino traçado pelo vento de nossas vidas.


FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0561


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