Nº 0557 - ACALANTO DO SABIÁ - CONTO

 



Sob a sombra acolhedora do coqueiro, onde as folhas dançam ao ritmo da brisa Maya, uma mãe sabiá entoa seu acalanto ao filhote recém-nascido. O pequeno, aninhado entre as palmas frondosas, recebe as carícias de asas da mãe, cujas penas contam histórias de venturas e canções. E claro os segredos da ilha. A melodia da mãe sabiá é um suave arrulho, uma canção que se mistura aos murmúrios do coqueiral ao som do vento. Suas notas, como pétalas, caem sobre o filhote, envolvendo-o na promessa de serenidade e afeto.

A mãe, com olhos atentos, guarda vigília enquanto a lua pinta prata sobre as palmas verdes. Seu canto, tão antigo quanto as palmeiras que balançam ao vento, é uma tradição de tranquilidade transmitida de mãe para filho no seio da ilha encantada.

A brisa leva consigo as notas do acalanto, espalhando-as pela paisagem como sementes de histórias que ecoam através das noites. O sabiá adormece embalado pelo ritual ancestral, enquanto as estrelas testemunham a ternura que se entrelaça nos ramos do coqueiro, numa melodia que transcende a linguagem, unindo aves e árvores na harmonia das noites desta velha Mayandeua.

- E lá pelos lados da Pedra Chorona, outros cantam outras notas centenárias.

- Boa noite ilha!


FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0557










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