CICLO DAS ILHAS - Nº 0504 - CRÔNICA

 



Em toda a paisagem, os olhos chegam, mergulhando nas cores vivas e na exuberância da natureza que se estende à beira-mar. Em cima da areia, os desenhos vão perpetuando nomes e histórias dos caboclos do lado de lá. Cada traço na areia é uma homenagem àqueles que viveram e trabalharam nessa terra, uma maneira de manter viva a memória daqueles que vieram antes.

Bem na beira do mar, o Homem rejuvenesce, como se a brisa salgada tivesse o poder mágico de renovar sua alma. Ele atrai o vento e assobia canções de infância, melodias que ecoam como lembranças de tempos mais simples e felizes. Com um gesto carinhoso, ele se benze e narra para a lua suas esperanças e sonhos, como se o satélite luminoso fosse seu confidente mais antigo.

Ele fala sobre a pescaria, a atividade que sustenta sua comunidade há gerações. Conta para a lua que, apesar das dificuldades e dos desafios, acredita que as coisas tendem a melhorar. A cada nova maré, a cada nascer do sol, há a promessa de um novo dia cheio de oportunidades.

Então, nas ilhas do mundo, do Brasil, da Amazônia, do Pará, de Maracanã, de Mayandeua, e em todas as outras que pontilham os mares, há de ser em todas elas novas águas para benzer o seu povo. A esperança é como um rio que flui constantemente, renovando a vida e trazendo consigo a promessa de um futuro melhor. E assim, sob o olhar cintilante da lua, o Homem continua a sua jornada, confiante de que as águas trarão prosperidade e paz para sua amada terra e seu querido povo.

Nas manhãs seguintes, o Homem levanta cedo, prepara sua pequena embarcação e parte para o mar. O barulho suave das ondas batendo contra o casco do barco o acalma, como se o oceano fosse seu confidente silencioso. Ele lança a rede com habilidade, conhecendo os segredos das marés e os melhores pontos de pesca.

Enquanto espera, olha ao redor e contempla a beleza da natureza que o cerca. Os mangueiros e coqueiros se inclinam graciosamente com o vento, as aves marinhas mergulham nas águas em busca de comida, e os peixes saltam alegremente. A paisagem é um quadro vivo, uma obra-prima da criação.

Quando a rede é finalmente recolhida, ele sorri ao ver a recompensa de seu esforço. Peixes coloridos e suculentos se debatem na rede, e ele sabe que levará comida fresca e sustento para sua família e comunidade. A lua, sempre presente em seu coração, parece sorrir para ele do alto do céu noturno, como se aprovasse seus esforços e esperanças.

Ao retornar à costa, o Homem compartilha sua colheita com os amigos e vizinhos. Eles se reúnem ao redor de uma fogueira, contam histórias e cantam canções que ecoam pelas praias desertas. Mais um avoado entre eles.  A lua, mais uma vez, brilha com uma luminosidade especial, como se estivesse abençoando aquele momento de comunhão.

E assim, nas ilhas do Brasil, da Amazônia, do Pará, de Maracanã, de Mayandeua, e em todas as outras, a vida continua. Os ciclos da natureza se repetem, e o Homem, com sua fé inabalável, segue em frente, confiante de que as águas sempre trarão bênçãos para seu povo e que a lua será sua eterna confidente nas noites serenas e estreladas.

Nas noite seguintes...


FIM


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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0504


 



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