* Nº 0170 - OS PÁSSAROS TURISTAS - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA





Era um dia frio em um país distante, onde o inverno mantinha as pessoas recolhidas em suas casas, acompanhadas pelos fiéis bichinhos de estimação. Entre essas pessoas estavam Dona Brodyee e seu esposo, apaixonados por pássaros. Eles cuidavam com carinho de uma coleção de aves exóticas e coloridas, que enchiam sua casa com vida e melodias encantadoras.

Certo dia, porém, sentiram que era hora de permitir que seus amigos alados voassem mais longe, para explorar novos horizontes. Entraram em contato com uma Organização Ambientalista, e juntos planejaram um novo destino para os pássaros. Documentos foram providenciados, e uma grande gaiola foi preparada para a viagem, que seria realizada por uma companhia aérea.

Mas, como toda grande jornada, esta também estava destinada a ser cheia de imprevistos. No meio do voo, a aeronave enfrentou uma pane, causada pelo excesso de peso na carga. Para garantir a segurança dos tripulantes, foi necessário aliviar o peso. Entre os itens descartados estava a gaiola dos pássaros. E onde, meus amigos, essa gaiola foi parar? Claro, no céu sobre a mágica ilha de Algodoal!

Com o vento ajudando, a gaiola se abriu, e os pássaros, finalmente livres, planaram suavemente até o solo da ilha. Apesar do susto inicial, foram recebidos calorosamente pelos habitantes alados de Mayandeua: guarás, itaquerês, garças e até o pavãozinho do Pará. A chegada dos viajantes trouxe uma nova energia ao lugar, e logo eles se integraram à harmonia da ilha.

No entanto, os visitantes não se esqueceram de suas raízes. Embora encantados com a hospitalidade de Algodoal, sentiam saudades de sua terra natal, onde os invernos eram rigorosos, mas repletos de memórias afetuosas. Foi então que os pássaros da ilha, com sua sabedoria e criatividade, propuseram um plano: os viajantes poderiam regressar para casa no grande pássaro de ferro — o avião — que de vez em quando pousava na ilha.

E assim, o dia da partida chegou. Durante a visita oficial de um dignitário à ilha, os cinco pássaros conseguiram entrar no avião discretamente, prontos para uma nova aventura pelos céus. A viagem foi longa e repleta de desafios, mas, finalmente, os pássaros alcançaram sua terra natal. De volta ao seu país, agora livres, os amigos refletiram sobre sua experiência em Algodoal. As memórias do vento suave, do calor do sol e das novas amizades com os pássaros da ilha eram impossíveis de esquecer. Nostálgicos, começaram a planejar um retorno à ilha — desta vez como turistas!

Enquanto isso, em Algodoal, a expectativa era palpável. Guarás e garças, itaquerês e pavõezinhos aguardavam ansiosos pela visita de seus amigos. E, claro, Primolius, o narrador, já se preparava para registrar essa nova história, transformando a saudade e os reencontros em poesia alada.

E assim, mais uma vez, o céu de Mayandeua — Algodoal e seus ventos — tornaram-se o elo entre terras distantes e sonhos compartilhados.

— Coisas destas ilhas!

FIM



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Projeto Literário e Musical Primolius N° 0170

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