SOBRE OS CÓRREGOS DE SAL N° 251

O cantador sabe de suas serenidades
Abraça as suas sílabas através do olhar
Abre a boca para o mundo,
Suporta por dez vezes um ensaio vocabular
Liga o seu rádio...
Por entre as laudas brancas...
Desenha uma flor....
Um peixe estranho...
Um mar límpido...
o faz dançar por entre a tinta azul...
Quando não ha tinta...
Carimbola um refrão.
Sobre os córregos destas vozes de cantorias,
Bem quieto a sílaba cala-se novamente,
Onomatopeias de marulhar muito usados...
No horizonte abre-se a boca da noite,
Enlaça o mar por entre as pedras da vida,
Um pensamento dissipasse por entre os dedos...
Notas no banjo remetem a benção da Natureza...
E o cantor novamente sussurra para o vento,
Os segredos de uma Pedra que chora...
Pois há de estar por lá lacrimejando...
O verbo “camboar” ...
Na voz do mar traduz o sal-tempo!
É necessário as metáforas dos córregos de lua,
Murmúrios misturam-se através de fonemas estranhos,
Ilha encantada, furos e marés trabalham e como trabalham...
Enquanto outros córregos...
Trafegam para o mar a colheita dos Homens.
O cantor quieto e sonolento...
Lança o seu anseio através de outros versos...
Arquiteta outras metáforas...
Prosopopeias surgem no vento lá fora,
E o Eu lírico suaviza os dedos e acordes...
E a flor e o sal renascem iluminando a chuva que cai...
Se é do caju que seja!
Fazem Lançar perfumes por entre os telhados...
Das casas de Camboinha e Fortalezinha...
Outras Onomatopeias surgem...
Agora cansadas...
No horizonte abre-se as flores do mangue,
Enlaça o mar por entre as perdas da vida,
Um pensamento inicia através de acordes tímidos..
E o cantor novamente sussurra para o vento,
Os segredos de uma Pedra que ainda chora...
Pois há de estar por lá...
Outro verbo “camboar” firma o sal-momento!
Chove nas saleiras de Mayandeua.

FIM
Copyright de Britto, 2021
Projeto Literário e Musical Primolius Nº 251

Mensagens populares