MAR DE MAYANDEUA Nº 253


No olhar o horizonte escancarado,
Correspondia uma ânsia de ver o mar.
Na terra. Alguém sorria para as nuvens...
Silencio de um adeus de suas mãos,
Suaves como a pele de sua face.
Em suas cordas vocais,
O poder de cantarolar uma canção...
Em seu peito....
Sempre repletos de estrelas cadentes...
Satisfatoriamente desejava,
A espera de uma outra estação.
Da terra que ostentava os seus passos ...
Seus braços cada vez mais valorizavam a sua força...
Luas de cetim vagueavam em seu pensamento...
Em sua estante, livros de Origami....
Em sua exposição da referida Arte...
Centenas de barcos, navios e canoas...
Todas as peças um dia sentiriam o Mar...
Na sequencia de seu cotidiano somente de terras e pós...
Batizava os seus brinquedos no começo da noite de luas de cetim...
Regras de uma personalidade de querer viver em liberdade...
Bel-prazer de ondas que desfalcavam o seu tão distante devaneio...
Heroísmo de um dia ver o mar ....
E tentar quem sabe nadar...
E sair por entre os barcos do mundo...
E sair para pescar...
Realizando proezas tocando o seu instrumento...
A sua voz.
E o tempo passava...
Alguém em algum quintal guardava o mar em garrafas...
Ali. Seus Oceanos e Mares eram infinitos...
Satisfatoriamente era o seu lugar de fantasias...
No seu quarto...
Um ambiente de borboletas e seus casulos...
No seu quintal...
O seu mar que sempre estaria por lá...
Em outros sonhos possíveis....
Teria um dia mil garrafas para guardar os seus sonhos...
Em momentos de grande saudade de  nunca sentira o vento do Mar...
Colocava o ouvido nos gargalos...
E ali ficava ouvindo o seu Mar...
E por muitos momentos...
Sempre nos mais tristes...
Derramava o mar em suas mãos...
E em seus dedos a poesia nadava...
Mas não precisava nadar...
Apenas carecia de narrar algo que não sabia...
E a saudade criaram ondas...
Que lhe ensinaram a cantar.
E no olhar do horizonte escancarado...
Por entre as ondas de garrafas...
A sua vida passava...
E com as suas mil garrafas de som do Mar...
Estava sempre alguém ali a esperar...
O seu único e verdadeiro mar...

Mayandeua!

FIM
Copyright de Britto, 2021
Projeto Literário e Musical Primolius Nº 253

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