ANUNS Nº 080 - POEMA AMBIENTAL

Pássaro voou ligeiro, deu cambalhotas e piou.
Anus voando baixo lá perto do cajueiro.
Superstição dos caboclos...
Divulgadíssimo por estas bandas,
Pássaro saliente,
No seu canto. Desgraça e feitiçaria.
Dizem que é amigo da morte,
Muitos não gostam dele (é panema).
Nas colônias e capoeiras,
São chamadores de chuva,
Seus ovos. “Vixe-Maria”. São desastrosos.
(Nem “pra” pedrada o bicho presta)
Pássaro arteiro fica sempre a espera na beira do caminho,
Sujeito passando, desconjura o bichinho.
Caboclo lhe pede licença para passar,
Centenas de histórias deste bicho,
Dizem que é capaz de falar.
Temporal chegando,
Este pássaro fica em bando esperando anoitecer.
Pulam, piam, ficam olhando pra gente...
Se cantar a meia noite,
Lá vem presságio de morte.
Anu-preto no cajueiro espanta as aves pequenas,
Mata a sede na pocinha do tronco,
Aventuras e travessuras deste pássaro.
Ventania vem mais forte,
Anum nem se meche... Parece concentrado,
Advogado destes Homens,
Anum por aqui tem o seu lugar,
Pra muitos é feio “manga” de tudo...
E realmente o bicho que parece falar.
Três dormindo lá no cerco de arame.
- E no meu bambuzal no Centro da ilha...
Dezenas destes!

FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 080

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