Nº 0035 - HORA ERRADA PARA PESCAR - POEMA

 

Em algum momento de um passado distante...
Na aldeia dos Maracanãs...
Um Fato... 

Estira o arco, 
Índio dispara a flecha, 
Iluminação: lua. 

Índio destas terras do Ouro... 
Postura rubra, 
Estrutura do Homem Natural...   
Legislador supremo destas matas. 

Jatobá flutuante, 
Montaria deliciando-se com a água dos furos, 
Mata fechada, bem distante de outros irmãos...  
Aquele Homem sozinho...  
Lanterna: lua. 

(Mandingueiro das águas só espiando)
 
Primeiro um movimento. Quem? 
Boiuna surgiu... 
Índio começa a sentir o banzeiro. 

Flecha, arco e índio... 
(Onça vibrando de longe) 

Legislador brigando ofegante, 
Jatobá partindo, 
Estrelas escondem-se... 
Mata pedindo socorro. 

Índio sem forças, 
Último suspiro, 
Arco e flecha boiando no rio. 

(Boiuna satisfeita)

- Causos destas terras de águas! 

- Silêncio na mata.

Em algum momento de um passado distante...
Na aldeia dos Maracanãs...
Um Ato. 


FIM


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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 0035

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