Nº 0041 - COMUNHÃO: A CANÇÃO DO CURRAL - CONTO FANTÁSTICO



No coração de Mayandeua , onde as águas dançam ao ritmo dos segredos das águas, pedras e matas , há um lugar onde o tempo parece suspenso entre o murmúrio dos  mangueiros e o gemido do curral. É lá, no Lago Encantado, que nossa história se desenrola, entre a harmonia das matas escuras e os segredos que permeiam cada cantinho desse lugar mágico. Imagine-se na margem desse lago, onde o gemido persistente ressoa como uma melodia antiga, uma canção que se entrelaça com o pulsar da vida na ilha. É como se a própria terra, aquecida pelas raízes profundas das árvores ancestrais, cantasse seus versos secretos para quem quisesse ouvir.

Nesse cenário de encantamento, encontramos nosso protagonista, o pescador escondido nas sombras da vegetação densa. Sua presença é discreta, mas seu papel é fundamental nesse teatro da natureza. Ele é o guardião dessas águas, o observador silencioso dos segredos que se desenrolam diante de seus olhos. Enquanto a flora inquieta sussurra seus mistérios, o pescador golpeia suavemente a água com seu remo, como um maestro regendo uma sinfonia aquática. O ritmo das águas parece responder ao seu chamado, dançando em harmonia com seus movimentos.

E então, em meio a essa magia e mistério, um novo capítulo se desenrola: o nascimento de uma criança. No curral, prisão dos cardumes amazônicos, um animal encantado dá à luz, enquanto o sol, fiel testemunha desse momento sagrado, ilumina a cena com seus raios dourados. O pescador, que até então era apenas um observador silencioso, agora se vê diante de um novo papel: o de pai. Entre gemidos e cantos, nasce uma criança, selando para sempre a comunhão entre o homem e a natureza, entre o curral e o mar, entre o pescador e seu novo mistério. 

E assim a canção do curral continua a ecoar pelas margens do Igarapé Encantado, lembrando a todos que, mesmo nos cantos mais remotos da ilha, a vida pulsa em uma harmonia eterna, onde o homem e a natureza são um só.


FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 0041

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