* Nº 0305 - A JORNADA DOS DUENDES DE MAYA - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA
Nas ilhas de Mayandeua - Algodoal, onde a natureza exala magia e beleza, vivem os Duendes dos Portais de Maya, guardiões dos ecossistemas e mestres na arte de conectar mundos. A cada amanhecer, a ilha é envolvida por uma névoa, uma bênção dos duendes que espalham harmonia e renovação. Os manguezais, coração pulsante da ilha, são lares para inúmeras espécies e protetores naturais contra tempestades. No entanto, a tranquilidade da ilha foi abalada quando os duendes perceberam sinais de desequilíbrio. A névoa começou a enfraquecer, sinalizando o início de uma ameaça.
Os duendes se reuniram na duna sagrada para discutir o futuro da ilha. Lá, os mais velhos compartilharam histórias do passado, relembrando como os manguezais sempre foram vitais para a sobrevivência de Mayandeua. Decidiram usar os portais mágicos para buscar conhecimento e renovar a força vital da ilha. Liderados por Lyrian, um jovem duende curioso e destemido, eles partiram em uma jornada através dos manguezais, enfrentando desafios naturais e espirituais. Eles espalharam sementes encantadas, cantaram para as árvores e revigoraram animais com sua presença, mas também encontraram áreas contaminadas e moribundas.
Durante o ritual ancestral nos manguezais, os duendes usaram a energia dos Portais de Maya para restaurar a harmonia da ilha. Árvores levantaram suas raízes, águas límpidas emergiram do solo e luzes douradas envolveram o ecossistema. Ao final do ritual, a ilha foi banhada por uma nova névoa , simbolizando a renovação da magia e do equilíbrio.
Mas a paz durou pouco. Uma noite enevoada trouxe o desaparecimento de Lyrian, que havia ido até a Praia da Princesa, um lugar conectado aos Portais de Maya. Seus companheiros encontraram apenas pegadas interrompidas por uma marca circular brilhante. Sem ele, os Portais começaram a enfraquecer novamente, e a ilha sentiu os primeiros sinais de desequilíbrio.
Dias depois, durante uma noite de lua cheia, Lyrian reapareceu, cambaleando, mas vivo. Ele segurava uma pequena esfera cristalina, pulsando com uma energia azulada. Contou que fora sugado por um raio invisível e lançado através do Portal das Horas Mortas, um portal secreto que só se abria em momentos de grande necessidade. No outro lado, visitou um mundo estranho governado pelos Guardiões do Portal, seres etéreos que vigiavam o equilíbrio entre todas as dimensões. Eles lhe deram a esfera, dizendo que ela continha uma parte essencial da solução para salvar Mayandeua - Algodoal.
Seguindo as instruções dos Guardiões, Lyrian e os outros duendes buscaram a lendária Princesa , guardiã original dos Portais de Maya. Após uma difícil jornada até o Vale Encantado da Princesa, eles entregaram a esfera à princesa, que reconheceu imediatamente o objeto como a Chave do Equilíbrio, uma relíquia que une todos os mundos. Ela explicou que a chave deveria ser usada para selar os Portais de Maya por um breve tempo, antes que forças estranhas tentassem atravessá-los.
Com a ajuda da princesa, os duendes organizaram um ritual na duna sagrada. A Chave do Equilíbrio foi colocada no centro de um círculo formado por símbolos antigos. Enquanto Lyrian cantava uma melodia carimboleira, os outros duendes uniram suas energias, criando uma sinfonia de luzes e sons que reverberou por toda a ilha. Os Portais começaram a se fechar, mas permaneceriam acessíveis apenas para aqueles que respeitavam a natureza e a magia das ilhas.
Quando o ritual terminou, a névoa voltou a envolver a ilha com uma intensidade renovada. Lyrian observou os manguezais vibrantes e saudáveis, sabendo que a magia da ilha estava segura — pelo menos por enquanto. Sentado à beira da Praia da Princesa, ele sorriu ao olhar para o horizonte, confiante de que os duendes continuariam sendo os guardiões de Mayandeua - Algodoal e que a preservação da ilha dependia de todos os outros Encantados daquele magnífico lugar.
- E assim foi naquele verão nas ilhas.
FIM
Copyright de Britto, 2021
Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0305


