* Nº 0862 - SORRISOS DE MAR - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA
Em Mayandeua, um barco solitário deslizava suavemente pela imensidão do mar, traçando seu caminho com a liberdade que as correntes marítimas proporcionavam. A visão era quase etérea, com a maresia envolvendo a embarcação e seu destemido navegante, levando-os por caminhos desconhecidos e inexplorados, por onde poucos ousariam passar. O barco e o homem, uma dupla inseparável, enfrentavam o vento e as ondas com coragem e determinação. Cada rajada de vento era um convite à aventura, cada onda uma risada do mar, incitando-os a seguir adiante. O pescador, com o rosto marcado pelo sol e pelo sal, sorria ao sentir a força da natureza em sua pele, uma conexão profunda e íntima com os elementos. As correntes marítimas, invisíveis mas poderosas, guiavam o barco para longe, para lugares onde o horizonte se encontrava com o desconhecido. O homem, com suas mãos firmes no leme, deixava-se levar por essa dança de liberdade, onde o destino era um mistério a ser revelado pelo tempo e pelo mar.
Lá fora, na vastidão verde-oliva, o barco parecia uma pequena mancha de persistência e esperança, navegando entre sonhos e realidades. A maresia, com seu aroma salgado, era uma companheira constante, trazendo à mente as histórias dos antigos navegantes que haviam desbravado aquelas águas antes dele. Era como se cada gota de água carregasse um fragmento de sabedoria, um eco de aventuras passadas. O vento e as ondas, em perfeita sincronia, criavam uma sinfonia natural que embalava o barco e seu marinheiro, como uma canção de ninar para crianças na rede de dormir. Cada movimento era uma conversa silenciosa entre o homem e as águas, um diálogo onde ambos se compreendiam e respeitavam. E nos momentos de calmaria, quando o mar se aquietava e o vento sussurrava suavemente, o pescador podia ouvir os sorrisos do mar, uma melodia de cumplicidade e alegria.
Enquanto o sol começava a se pôr, tingindo o céu com cores de fogo, o barco continuava sua jornada, seguindo as correntes que o levavam cada vez mais longe. O homem, imerso em seus pensamentos, sentia-se parte de algo maior, uma peça na vasta tapeçaria da vida marinha. E assim, em Mayandeua, o barco e o homem navegavam juntos, desbravando o desconhecido e celebrando a liberdade que as águas lhes oferecia. Cada sorriso do mar, cada sopro de vento, era um lembrete de que a verdadeira felicidade estava na jornada, nas histórias não contadas e nos destinos ainda por descobrir. A ilha, com suas belas paisagens e espírito indomável, continuava a ser um farol de inspiração, onde o horizonte e seus segredos eram uma eterna fonte de maravilhas e possibilidades.
E entre o mar e o barco, os Encantados protegiam mais um vivente da ilha da Princesa, garantindo que a magia e o mistério de Mayandeua continuassem a inspirar aqueles que se aventuravam em suas águas.
FIM
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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0862