* Nº 0859 - NOITE DE CHUVA EM CAMBOINHA - SÉRIE: CRÔNICAS DE MAYANDEUA
Dentro das casas, as famílias se reuniam, aquecidas não só pelo café, mas pelo calor da convivência. As histórias começavam a sair das bocas dos mais velhos, envoltas em fumaça e nostalgia. Eram contos de aventuras passadas, de lendas antigas, de dias bons e difíceis, compartilhados sob a luz das lamparinas. Cada palavra era um fio que alimentava a memória coletiva, fortalecendo os laços entre gerações. Enquanto a noite avançava, o som da chuva continuava, agora uma trilha sonora para as vozes que narravam o passado e imaginavam o futuro. As crianças, com os olhos brilhando de curiosidade, ouviam atentamente, absorvendo cada detalhe, cada ensinamento. A vila, envolta em uma sensação de tempo suspenso, vivia um momento de paz e união, onde o presente e o passado se encontravam.
Com a madrugada, a chuva começou a diminuir, e a promessa de um novo dia despontava no horizonte. O amanhecer de Camboinha surgia lentamente, com a luz do sol tingindo o céu de cores suaves e prometendo secar as redes de pesca ainda úmidas. As famílias, revigoradas pelas histórias e pelo descanso, preparavam-se para mais um dia de trabalho e convivência. E assim, na vila de Camboinha, a noite de chuva se transformava em um novo amanhecer. As redes de pesca, os fogareiros, as histórias e as pessoas continuavam a tecer a trama da vida, criando um ciclo de continuidade e esperança. Cada amanhecer trazia consigo a promessa de novas histórias, de novos desafios e de novas lembranças a serem criadas e compartilhadas.
- Bom dia Camboinha!
FIM
Copyright de Britto, 2022
Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0859