* Nº 0820 - A BARRACA DO COCO E SUAS HISTÓRIAS - SÉRIE: CRÔNICAS DE MAYANDEUA

 


Na mística ilha de Algodoal, onde magia e realidade dançam entrelaçadas, duas narrativas moldam a essência encantada do lugar. A Barraca do Coco, situada no Mapa Imaginário de Mayandeua, não é apenas um ponto de encontro, mas o epicentro de histórias e forças que ressoam profundamente na alma de seus visitantes.  

Tudo começa com o voo de um pássaro de ferro, cujas penas reluzem sob o brilho do sol e da lua. Este pássaro, mensageiro dos Encantados, é símbolo de alegria e bons presságios. Quando ele sobrevoa a barraca, todos o observam em silêncio reverente, crendo que ele carrega as bênçãos dos antigos espíritos da ilha. Seu voo suave, quase hipnótico, alimenta a esperança e reforça as crenças locais.  

Próximo à Barraca do Coco, um enigma antigo desperta a curiosidade dos moradores. Sob um mastro coberto de inscrições misteriosas, uma velha caixa de cartas permaneceu enterrada por gerações. Dizem que essas cartas guardavam os segredos de um rei distante, que, em tempos remotos, cruzou caminhos com o pai da princesa local. Durante uma noite de lua cheia, um habitante da ilha desenterrou a caixa, revelando intrigas palacianas e histórias de amores proibidos que ecoaram através dos tempos.  

Com o desvelar desses mistérios, a Barraca do Coco tornou-se palco de encontros e novas narrativas. O antigo e o novo mesclam-se em um fascinante intercâmbio de histórias que transcendem fronteiras. As lendas do pássaro encantado e os relatos do rei visitante tecem uma rica tapeçaria de mitologia e sabedoria popular.  

Nas noites estreladas, a barraca transforma-se em um espaço de celebração. Fogueiras iluminam o ambiente, enquanto cânticos celestiais e histórias emocionantes ecoam. O som único das ondas quebrando nas pedras próximas cria uma melodia que parece pertencer exclusivamente àquele lugar.  

Algodoal, com suas histórias cada vez mais abundantes, tornou-se um ponto de convergência entre seres mitológicos e eventos históricos. A ilha aprofunda a conexão de seus habitantes com suas raízes, ao mesmo tempo em que encanta visitantes com sua atmosfera mágica.  

Entre as muitas lendas, não faltam histórias de sereias que entoam melodias ao entardecer, atraindo viajantes com seus cantos hipnotizantes. Em noites sem lua, moradores relatam encontros com seres de outros mundos, que deixam sinais enigmáticos na areia e fascinam a todos com suas tecnologias misteriosas.  

Poetas, contistas, músicos e artistas que visitam Algodoal tornam-se guardiões das histórias da ilha, perpetuando sua riqueza cultural. A Barraca do Coco, com sua simplicidade acolhedora, é o coração pulsante desse legado, um lugar onde o passado e o presente se encontram para celebrar a tradição oral e a criatividade contemporânea.  

Enquanto isso, o grande mar e suas pedras arpoadoras permanecem como testemunhas silenciosas de cada narrativa compartilhada. Algodoal continua sendo um livro vivo de contos, onde cada história contribui para o mosaico de memórias e sonhos que definem a essência da ilha.  

E assim, entre ventos que trazem histórias de fora e um convite para um gole de água de coco, a Barraca do Coco segue celebrando a magia de Algodoal.  

– Vai uma água de coco?  

– Primolius assim relatou.  


FIM


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Projeto Musical e Literário Primolius N° 0820

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