* Nº 0796 - A FATA MORGANA DE MAYA - SÉRIE: CRÔNICAS DE MAYANDEUA

 


Na envolvente atmosfera da Ilha de Mayandeua, os fenômenos naturais não apenas se revelam em sua plenitude, mas também assumem uma qualidade quase mágica, como se fossem manifestações de um universo paralelo. Imagine-se percorrendo as areias macias das praias isoladas, enquanto, ao longe, no encontro do céu com o mar, despontam miragens que desafiam a lógica e a compreensão. Castelos flutuantes, cidades encantadas e figuras etéreas emergem no horizonte, dançando na linha tênue entre o visível e o imaginário. A cada passo, a sensação é de estar em um mundo onde o real se mescla ao sonho, e os limites da percepção humana são colocados à prova.  

Os viajantes que chegam à ilha se veem envolvidos por uma aura de mistério e fascínio, como se um véu de enigma cobrisse toda a paisagem. Não é apenas a ilusão da *Fata Morgana* que encanta, mas o próprio pulsar da ilha, onde cada detalhe parece sussurrar histórias antigas e guardar segredos que resistem ao tempo. As águas que circundam Mayandeua escondem fenômenos igualmente intrigantes: correntes submarinas que surgem e desaparecem com uma força quase sobrenatural, alterando o curso de barcos e desafiando a habilidade dos navegantes. 

Os moradores, acostumados a viver em harmonia com esses enigmas, narram episódios de luzes que dançam sobre as águas nas noites mais escuras. Dizem que, durante a pesca de camarão no beiradão, é possível avistar pontos luminosos que flutuam como lanternas de espíritos ancestrais. Essas luzes, segundo as lendas, seriam guias dos que se perdem na imensidão da noite, talvez almas protetoras que zelam pelos caminhos da ilha. 

Ainda mais intrigante são os rumores sobre uma cidade submersa, enterrada nas profundezas da areia, no coração da ilha. Artefatos misteriosos teriam sido encontrados por exploradores curiosos, alimentando especulações sobre civilizações desaparecidas e o poder espiritual que envolve Mayandeua. A cada nova descoberta, o fascínio pela ilha apenas cresce, atraindo aventureiros, místicos e sonhadores em busca de respostas – ou mais perguntas.

Caminhando sob a luz prateada da lua ou à sombra de coqueirais que balançam suavemente ao vento, os visitantes podem sentir que estão pisando em solo sagrado, onde o tempo parece desacelerar e a própria natureza convida à contemplação. A Ilha de Mayandeua não é apenas um destino; é um convite para mergulhar nas profundezas do desconhecido, onde o real e o fantástico coexistem em perfeita harmonia.

- Olhem ali, sobre as águas...  

- Será um reflexo, uma miragem ou o próprio eco das histórias de Maya?  

Mais uma crônica para guardar na memória dos que ousam explorar os encantos desta ilha paradisíaca!


FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius N° 0796



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