Nº 0770 - CHUVAS DE MAYA - CRÔNICA

 


Na Vila de Camboinha, situada no coração de Mayandeua, a chuva era mais do que apenas uma mudança no clima; era um evento aguardado com ansiedade e celebração. À medida que as primeiras nuvens escuras se aproximavam no horizonte, as crianças abandonavam suas tarefas diárias e se preparavam para a chegada da precipitação. Era uma tarde como qualquer outra quando as primeiras gotas começaram a cair, salpicando o chão de areia e formando pequenas poças d'água.

Num instante, as ruas de areia estavam repletas de crianças e adultos, todos ansiosos para se entregarem à magia da chuva de Mayandeua. Os sorrisos surgiam nos rostos antes sérios dos moradores, enquanto se entregavam às brincadeiras. Os mais jovens pulavam de poça em poça, rindo alto e se molhando até os ossos, enquanto os mais velhos observavam com nostalgia nos olhos, relembrando os dias em que também corriam descalços pela chuva.

As cores vivas das roupas das crianças contrastavam com o cinza do céu carregado de nuvens, criando um espetáculo visual único. O som dos pingos de chuva batendo nos telhados das casas se mesclava com as risadas e gritos de alegria, ecoando pelas ruas estreitas da vila.

Era como se a chuva trouxesse consigo uma magia especial, capaz de transformar até mesmo os corações mais endurecidos. Naquele momento, não havia distinção entre jovens e velhos. Todos se uniam em uma dança alegre sob a chuva, celebrando a vida e a simplicidade dos momentos compartilhados.

E assim, a chuva de Mayandeua continuava a cair, lavando as preocupações e tristezas da comunidade e renovando a esperança em seus corações. Pois naquele lugar mágico, onde a natureza e o ser humano se encontravam em perfeita harmonia, a chuva não era apenas água caindo do céu; era uma dádiva, um lembrete de que, mesmo nos dias mais sombrios, sempre haveria motivos para sorrir.

"Camboinha transbordava alegria!" 


FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0770

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