*Nº 0693 - O MAÇARICO EXTRATERRESTRE - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA
Em uma narrativa cósmica de beleza singular, o "Maçarico Extraterrestre" era uma criatura estelar que atravessava o tecido do universo com sua dança celestial. Chamado de Dançarino Cósmico, este ser transcendente possuía asas deslumbrantes, feitas de pura luz cósmica, que cintilavam com o brilho das estrelas mais distantes. Seu bico luminoso, que irradiava a energia de galáxias inteiras, refletia a luz de sóis em lugares tão remotos que poucos poderiam imaginar. O Maçarico, enquanto dançava pelos céus intergalácticos, reunia partículas cósmicas que flutuavam no vácuo do espaço, nutrindo sua essência imortal com fragmentos do próprio universo. Os habitantes dos mundos mais distantes, aqueles que viviam além dos Portais interdimensionais, viam no Maçarico Extraterrestre uma figura mítica. Ao avistá-lo em seu voo sereno e majestoso, movendo-se entre constelações e nebulosas, sentiam uma profunda conexão com o cosmos. Para muitos, ele era visto como um mensageiro da harmonia universal, uma força que unia os mundos e civilizações através do tempo e do espaço. Cada aparição do Dançarino Cósmico era recebida com um senso de reverência, como se o próprio universo, em sua vastidão, estivesse sussurrando seus segredos por meio daquela criatura luminosa.
Seu lar, curiosamente, não era em uma nebulosa distante ou em um planeta perdido entre as estrelas, mas sim em Maya, uma ilha mística e encantada, no topo do mangueiro mais alto. Aquele mangueiro não era um simples árvore; ele se erguia como um pilar entre os mundos, um elo entre o reino da Terra e o infinito cosmos. Foi ali que o Maçarico, depois de viajar por incontáveis galáxias e explorar as maravilhas de sistemas estelares inexplorados, escolheu repousar. Ele encontrou em Maya uma harmonia única, onde a diversidade da vida florescia, desde as formas mais simples até as mais complexas, unidas em uma sinfonia vibrante.
Na quietude das madrugadas de Maya, o Maçarico Extraterrestre observava as naves que cruzavam os céus da ilha, atravessando os Portais interdimensionais. Essas naves, pilotadas por seres encantados e viajantes de outros mundos, traziam e levavam consigo objetos misteriosos, histórias perdidas e segredos dos confins do universo. O Dançarino Cósmico ficava fascinado pela maneira como Maya parecia ser um ponto de convergência entre mundos e realidades. Ele sentia a presença dos Reinos, dos Encantados e dos Portais, percebendo como aquela ilha especial era capaz de comunicar-se com civilizações além da imaginação.
Frequentemente, o Maçarico tentava interagir com os viajantes. Ele pairava sobre os mangues, suas asas resplandecentes iluminando a escuridão da noite, enquanto o bico brilhava como um farol cósmico. As reações dos que o viam variavam: alguns viajantes ficavam temerosos, recuando em suas naves com receio de sua presença incomum; outros, cheios de curiosidade, o observavam com atenção, como se tentassem decifrar os mistérios que ele carregava. Alguns o saudavam com gestos de admiração, enquanto outros tentavam atacá-lo, temendo o desconhecido.
Mas para o Maçarico, as reações dos outros não importavam. Ele compreendia a diversidade do universo e respeitava a individualidade de cada ser. Sabia que cada viajante, cada criatura que encontrava, possuía sua própria história, sua própria essência. Ele não buscava a aceitação ou o entendimento de todos. O que ele realmente desejava era compartilhar a sua dança – uma dança de luz e harmonia que transcendia palavras e formas. Sua única intenção era trazer um pouco da vastidão do cosmos para aqueles que cruzavam seu caminho, mostrar-lhes que, apesar das diferenças e distâncias, todos estavam conectados pela energia que flui entre as estrelas.
Nas noites de Maya, ele continuava sua vigília. Incansável, o Maçarico Extraterrestre mantinha-se de prontidão, pairando sobre os Portais da ilha, onde o tempo e o espaço se entrelaçavam. A cada batida de suas asas, ele espalhava fragmentos de luz estelar pelo ar, criando pequenas constelações temporárias que cintilavam no céu da ilha. Era como se ele estivesse sempre pronto para embarcar em uma nova jornada, um novo voo, mas, ao mesmo tempo, perfeitamente em paz com sua existência ali, na Ilha de Maya, o centro de tudo que é misterioso e mágico.
Para os que viviam na ilha, o Maçarico era uma lenda viva, uma figura que representava a transcendência e a conexão com o universo. Seu voo entre as estrelas era uma lembrança constante de que havia muito mais além do que os olhos podiam ver, e que, de alguma forma, cada ser, cada elemento, estava ligado ao vasto tecido do cosmos.
E assim, todas as noites, o Maçarico Extraterrestre, o Dançarino Cósmico, continuava a iluminar os céus de Maya, uma presença serena e eterna, levando sua dança intergaláctica para todos os cantos do universo. Ele, guardião da luz e da harmonia, mantinha viva a essência da ilha, espalhando sua mensagem de paz e unidade por meio da música silenciosa de suas asas.
Mas essa história, assim como o próprio universo, está sempre em movimento. E em Maya, novos portais sempre se abrem, novas aventuras aguardam, e o Maçarico, com suas asas radiantes, está sempre pronto para guiar aqueles dispostos a explorar o desconhecido.
- Assim um encantado falou para Primolius.
FIM
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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 0693


