*Nº 0688 - CARTOGRAFIA DO MUNDO - SÉRIE: CONTOS DE MAYANDEUA

 



Na Ilha de Maya, um território envolto em mistérios e magia, os portais dimensionais entrelaçavam os reinos encantados com dimensões paralelas, onde o impossível se tornava realidade. Neste cenário único, a chegada dos óvnis por meio dos Contatos era um evento cercado de mistério e fascínio, despertando tanto a curiosidade quanto o temor de seus habitantes. Os Contatos representavam encontros raros e poderosos entre diferentes formas de vida, eventos carregados de energia e segredos, transformando a ilha em um ponto de convergência entre o ordinário e o sobrenatural.

Compreendendo a complexidade e a importância dessas interações, Maya, a guardiã ancestral da ilha e uma figura de sabedoria e respeito, decidiu que os visitantes, tanto os terráqueos quanto os de outras dimensões, precisavam de orientação. Para garantir que esses viajantes pudessem navegar com segurança pelos intricados caminhos da Ilha de Maya, ela convocou Primolius, um ser de conhecimento profundo, dotado de uma visão única sobre o fluxo mágico e energético que permeava a ilha. 

Primolius, com sua percepção aguçada, sabia que esta tarefa exigia uma abordagem extraordinária. Por isso, procurou os maiores mestres da Cartografia, especialistas não apenas na ciência de mapear terrenos, mas também em desenhar as rotas invisíveis entre o físico e o etéreo. Esses estudiosos mágicos eram conhecidos por sua habilidade de enxergar além do mundo material, capturando em seus mapas os segredos escondidos em cada canto da ilha, desde os reinos visíveis até os domínios ocultos aos olhos comuns.

A missão que empreenderam não era simples: criar o Mapa Imaginário, um artefato singular capaz de refletir não só a geografia física da ilha, mas também suas paisagens mágicas e encantadas. O Mapa Imaginário se tornou uma obra de arte viva, um guia vibrante e dinâmico que revelava as localizações dos Reinos Encantados e dos pontos de Contato com outras dimensões. Ele não apenas delineava montanhas, vales e rios, mas também mostrava os fluxos de energia mágica que permeavam a ilha, indicando os lugares onde o véu entre as realidades se tornava mais fino.

O Mapa Imaginário era muito mais do que um simples recurso de navegação; ele refletia a essência de uma cartografia transcendental, que não se limitava a representar o espaço, mas também os segredos profundos que conectavam o mundo visível ao invisível. O ato de mapear se tornava, assim, uma prática sagrada e filosófica, onde cada linha traçada revelava uma nova camada de compreensão sobre o universo.

À medida que a fama do Mapa Imaginário se espalhava, a Ilha de Maya se consolidava como um símbolo universal de conexão entre diferentes formas de vida e realidades. Maya e Primolius sabiam que tanto os seres encantados quanto os visitantes humanos precisavam desse conhecimento para explorar a ilha, mas também para compreender melhor o seu próprio lugar no cosmos. Assim, o mapa transcendia seu propósito inicial, tornando-se um espelho da condição humana e de sua eterna busca por orientação em meio ao desconhecido.

Os viajantes que chegavam à ilha, sejam seres interdimensionais ou humanos, não retornavam apenas com uma melhor compreensão dos mistérios de Maya, mas também com um renovado senso de admiração pela arte de mapear e explorar. A cartografia, que em outros contextos poderia parecer técnica e utilitária, na Ilha de Maya se revelava como uma arte mágica, essencial para decifrar os segredos do universo e entender as infinitas conexões que o compõem.

Assim, cada linha do Mapa Imaginário trazia consigo o eco de vozes antigas e novas, a sabedoria dos que entendiam que mapear é mais do que desenhar o terreno; é abrir caminhos para o desconhecido, estabelecer pontes entre mundos e, em última instância, nos guiar em nossa jornada contínua de descoberta. 

E assim foi e é!


FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 0688


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