* Nº 0622 - SEREMAYA: A CIDADE IMAGINÁRIA- SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA
Diziam os antigos navegantes que, nas águas cristalinas do Reino da Princesa de Algodoal, onde o horizonte se fundia com o céu em tons de azul e verde, existia uma cidade submersa chamada Seremaya, um lugar envolto em mistérios e magia. Seremaya não era apenas uma cidade; era um portal vivo, conectado a outros mundos através dos enigmáticos Portais de Maya, estruturas etéreas feitas de luz líquida e cristais pulsantes que surgiam em várias partes da ilha como portões para dimensões desconhecidas. Centenas de criaturas místicas chegavam por esses portais, vindas de reinos distantes, trazendo consigo segredos, sabedorias e, às vezes, ameaças ocultas.
As ruas de Seremaya eram pavimentadas com corais cintilantes que pareciam respirar ao ritmo das marés, enquanto gigantescas florestas de algas luminosas balançavam suavemente, como se dançassem ao som de uma melodia invisível. Na entrada da cidade, um portal monumental composto de pérolas e conchas refletia luzes etéreas, acolhendo apenas aqueles cujos corações ressoavam com a harmonia do mar.
Theo Mare, um explorador intrépido movido pela sede de descobrir o desconhecido, construiu uma embarcação submarina chamada "Sirena". Após anos enfrentando tempestades e abismos escuros, ele encontrou uma fenda escondida entre recifes luminosos. Ao atravessá-la, foi envolvido por uma sensação indescritível de tranquilidade. Diante dele, Seremaya revelou-se em todo o seu esplendor: uma cidade de vida marinha vibrante, pulsando como um coração nos arredores da Ilha de Algodoal.
Os habitantes de Seremaya eram criaturas fascinantes, uma fusão perfeita entre humanos e o mar. Suas peles cintilavam com escamas iridescentes, seus cabelos fluíam como algas e seus olhos brilhavam com sabedoria milenar. Eles se comunicavam através de sons melodiosos, gestos graciosos e flashes de bioluminescência, transmitindo pensamentos e emoções. Quando viram Theo, ficaram surpresos, mas curiosos. Nunca antes um humano havia chegado tão longe sem ser guiado pelos Portais de Maya.
Seremaya era dividida em sete distritos, cada um representando um aspecto essencial da vida marinha e da sabedoria ancestral. Em Lumérian, cientistas estudavam a bioluminescência para criar energia limpa. Em Corálias, anfiteatros submersos contavam histórias através de peças e canções acompanhadas por peixes cantores. Em Anemys, jardins subaquáticos cultivavam algas medicinais e flores marinhas raras. Em Máreas, um mercado flutuante trocava conhecimentos e recursos. Em Profundys, sábios debatiam os mistérios do universo de Mayandeua e Algodoal. Em Abysmer, uma biblioteca de corais vivos armazenava memórias antigas e visões do futuro. Em Ecosmyar, engenheiros desenvolviam tecnologia para harmonizar a vida nos oceanos.
No centro da cidade erguia-se a Torre de Sal, um monumento majestoso que pulsava com energia viva. Esta maravilha era conectada a todas as correntes marinhas, a torre era o coração de Seremaya, regulando o fluxo de energia com a Pedra Chorona mantendo o equilíbrio entre os Reinos de Maya. No topo da torre, Theo conheceu Sévyras, a governante de Seremaya, cuja presença irradiava calma e autoridade. Ela explicou que a cidade existia para preservar o conhecimento ancestral e inspirar os que buscavam viver em harmonia com o mundo natural através da magia de Mayandeua e Algodoal.
Depois de dias de aprendizado e maravilhamento, Theo foi convidado a retornar à superfície. Antes de partir, Sévyras entregou-lhe um cristal vivo chamado "Coração de Seremaya", que armazenava as memórias e conhecimentos da cidade. "Compartilhe nossas histórias com o mundo", disse ela, "mas prometa proteger nosso segredo." Theo jurou guardar o segredo de Seremaya, garantindo que a cidade continuasse a prosperar em paz.
Ao retornar à superfície, Theo dedicou sua vida a inspirar outros a buscar uma conexão mais profunda com o oceano e sua biodiversidade. Seremaya tornou-se uma lenda da Praia da Princesa, um símbolo de esperança e harmonia para muitos que residem na ilha. Nas profundezas do Reino da Princesa de Algodoal, a cidade continua a pulsar, aguardando o dia em que a humanidade aprenda a viver em união com o mundo que habita.
- Assim narrou Primolius!
FIM
Copyright de Britto, 2020
Projeto Musical e Literário Primolius Nº 0622


