Nº 0559 - SINCRONISMO DE RODAS - CRÔNICA

 


Em meio à vastidão do asfalto, o viajante de bicicleta traçava seu caminho diário, testemunhando o renascimento constante de sua própria existência. Sozinho, ele pedalava pelos recantos das estradas, embalado pelo sussurro do vento, pela sinfonia dos carros que o ultrapassavam e pelos ruídos dos pneus pesados cortando o silêncio. A cada pedalada, uma nova página se abria em sua jornada. Cada quilômetro percorrido era uma experiência única, uma oportunidade de explorar territórios desconhecidos tanto dentro de si mesmo quanto no horizonte que se desenhava à sua frente. O viajante não buscava o amor em seus pensamentos, preferindo concentrar-se nas ações constantes de seus pneus girando incansavelmente.

O desejo de seguir em frente era insaciável. Parar não era uma opção para esse aventureiro solitário. Ele desafiava os limites da resistência, alimentando-se da liberdade que só uma bicicleta e uma estrada interminável podem proporcionar. Cada giro dos pedais era um ato de rebeldia contra a monotonia, uma declaração de independência em relação ao convencional.

E assim, o viajante se via imerso em um ciclo constante de descobertas e redescobertas. O asfalto era seu aliado, as paisagens em constante mudança eram seus cúmplices. O horizonte adiante tornava-se uma metáfora para a vida, sempre oferecendo novos desafios e possibilidades. O viajante de bicicleta, com sua determinação inabalável, personificava a filosofia de seguir em frente, explorar os limites da própria existência e abraçar a constante renovação que a vida oferece. Assim, ele pedalava, não apenas pela estrada, mas pelos corredores do tempo, escrevendo sua crônica pessoal com cada batida do coração e cada quilômetro percorrido.

- E lá do outro lado, a ilha à sua espera!


FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0559

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