Nº 0544 - TOADAS DE BOI - CRÔNICA

 

Na pequena vila à beira do rio, o sinal tão esperado ecoou. Era a toada cabocla que há muito anunciava a chegada da festa do Boi. Um sinal que cortava o silêncio da rotina pacata e marcava o início de uma celebração única. As chuvas já tinham passado, levando consigo o silêncio que pairava sobre o lugar. As pequenas ruas se encheram de movimento, e as pessoas se preparavam para receber o boi com carinho e animação. Meses de saudade separavam o coração dos moradores das matracas que ecoariam alegres durante os festejos.

No terreiro, a magia acontecia. A luz brilhava intensamente, revelando tambores e músicos. O vento sussurrava sua melodia, e a água do rio-mar dançava ao som dos tambores. O boi surpreendia a todos com sua majestosa presença na noite da festa destes astros. O luar, o grande maestro da noite, enxotava as estrelas, como se quisesse ser o único a brilhar naquela ocasião especial. Coberto de flores, o boi dançava, sua silhueta negra contrastando com o cenário noturno. A maré se aproximava da festa, trazendo alegria nos seus passos. O boi, símbolo da cultura local, era o anfitrião dessa celebração, e todos se rendiam ao seu encanto.

E então, a festa se desenrolava com cores e mastros, com estrelas que pareciam brilhar mais intensamente naquela noite mágica. O boi pulava, e sua dança era como uma estrela da terra, cativando todos os presentes. A sereia, ao longe, também cantava, unindo-se ao coro de alegria. Marchas festivas ecoavam, e o sinal das toadas chegava como um hino de celebração. A festa do Boi na vila à beira do rio-mar era um verdadeiro espetáculo de cultura e tradição. As pessoas se uniam para celebrar essa manifestação cultural tão especial, onde o boi era o protagonista e símbolo da identidade local. A música, os tambores, a dança e as cores pintavam um quadro único e encantador.

Aquela noite, o boi brilhava como uma estrela, sua presença imponente e majestosa encantava a todos. Coberto de flores, ele se movia graciosamente, como se estivesse dançando em perfeita sintonia com a música e os ritmos da festa. Enquanto o luar iluminava a cena, as estrelas pareciam se curvar diante do boi, reconhecendo sua importância e grandiosidade. O sinal das toadas ecoava como um hino de celebração, anunciando a alegria e a energia contagiante que tomava conta do ambiente.

A festa transcorria com marchas festivas, cores vibrantes e mastros coloridos, criando uma atmosfera de encantamento. As pessoas se entregavam à magia do momento, dançando e cantando ao som dos tambores, unidas pela emoção e pelo amor à tradição. No cenário deslumbrante à beira do rio-mar, a sereia também se fazia presente, entoando sua melodia mais intensa.  Era como se todos os elementos da natureza se unissem em uma única sinfonia, exaltando a cultura e a alegria da festa daquele Boi.

E assim, naquela noite mágica, a pequena vila à beira do rio-mar se transformava em um verdadeiro paraíso de celebração e encantamento. O sinal que ecoava marcava não apenas o início da festa, mas também o despertar da alma de muitos ao redor da ilha, que se unia em um sentimento de pertencimento e gratidão por suas tradições.  E assim foi naquele mês de junho de 1997.

- Assim Primolius narrou!  

FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0544