Nº 0530 - UMA CRÔNICA MARÍTIMA

 



As ondas saem, espalham-se e vão embora, delirantes em sua jornada. Carregam consigo torrentes de ideias e o coração humano espera ansiosamente por elas. Como se vomitassem desejos, revelam os segredos de um Capitão-Mor, figura enigmática e autoritária. Essas ondas invadem os sonhos, caminham sedentas pelo ciclo da lua e perfumam o ar com suas espumas. Elas circulam e cantam para o vento, como as gloriosas do ócio. Dormem em lençóis infinitos, absorvem a saudade dos navios outrora ancorados e encontram repouso nas pedras. Na madrugada, seus sons de delírios marítimos ecoam, enfeitando o horizonte infinito com suas cores vibrantes.

Enquanto secam os olhos, as ondas seduzem a atmosfera dos náufragos esgotados, como pálpebras das noites que se desdobram em marolas e ondas espumantes de esperas intermináveis. Elas são os ventos dessas marés inconstantes, chegando sorrateiramente, embriagando os peixes nutridos de fé. E quando finalmente se acomodam na areia, fingindo adormecer, ali é o fim do mar. A distância, baleias cantam suavemente, adicionando um toque de melodia à cena marítima. A Onda Amarela, com sua energia e poder, transforma o mar em um espetáculo fascinante, onde a beleza e a tranquilidade encontram o seu lugar.

Assim, ela desperta sentimentos profundos nos corações dos observadores, evocando a grandiosidade da natureza e a fragilidade humana diante de sua imensidão. Na Onda Amarela, encontramos um convite à contemplação e à reflexão, relembrando-nos da infinitude dos mares e da nossa própria existência passageira.  

- Navegar é sempre preciso!


FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0530



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