* Nº 0528 - CIRANDAS, AMOR E ESTRELAS - SÉRIE: CONTOS DE MAYANDEUA

 


Era uma noite estrelada, e o céu parecia um imenso palco preparado para um espetáculo celestial. As estrelas giravam em círculos harmoniosos, como se dançassem ao ritmo de uma melodia invisível, exibindo seus brilhos únicos e hipnotizantes. Entre elas, destacava-se a Estrela Mayandeuense, cujo fulgor prateado reluzia com uma aura encantadora, envolvendo tudo ao seu redor em um manto de serenidade. Sua presença era ao mesmo tempo majestosa e acolhedora, irradiando uma luz suave que parecia abraçar os corações, trazendo consigo uma sensação de paz profunda.

No coração da ilha, havia um lugar especial conhecido como o Lago da Princesa, um santuário natural cercado por uma vegetação exuberante, onde flores, cajueiros e ajirús silvestres coloriam as margens e o ar era perfumado pela essência das plantas. Era ali que muitos casais vinham pedir um presente à princesa: o sonho de um casamento abençoado. Para isso, bastava dirigir seus desejos à Estrela Mayandeuense. De mãos dadas, eles elevavam os braços em direção ao céu, fazendo seus pedidos com esperança e fé. Enquanto isso, a estrela parecia pulsar mais intensamente, como se respondesse às preces e completasse a magia da ciranda celeste, iluminando aquele momento sagrado com sua luz do dia.

Segundo os relatos de quem já celebrara seu amor naquele local, algo mágico sempre acontecia durante as cerimônias. Uma brisa suave soprava do lago, carregando consigo os aromas delicados das flores que pontilhavam a paisagem. A leveza das águas do lago  criava uma sinfonia natural, harmonizando-se perfeitamente com a dança dos "ventos de fora". O ambiente vibrava com uma energia única, como se a própria natureza se unisse à celebração, testemunhando a união de dois corações. À medida que o dia avançava, as árvores e pássaros  pareciam se aproximar, quase como se desejassem abençoar  os recém-casados, selando aquele vínculo com um toque de Maya.

Os sorrisos radiantes dos noivos eram refletidos na Estrela Mayandeuense, que parecia brilhar ainda mais intensamente, como se compartilhasse da alegria daquele momento. Ao final da cerimônia, os recém-casados e seus convidados soltavam pipas no céu, criando um espetáculo  que se entrelaçava com a ciranda dos ventos de Maya. As pipas subiam lentamente, dançando no ar como fagulhas de esperança, conectando o cosmos à Terra em um abraço mágico.

Eram momentos de pura magia, onde o amor humano e a beleza da natureza se fundiam em uma celebração inigualável. Naquela ilha encantada, cada detalhe parecia conspirar para tornar aquelas uniões especiais, transformando-as em memórias eternas gravadas tanto nos corações quanto nas estrelas.

- Coisas desta ilha encantada!

FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0528

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