*Nº 0477 - O MENINO E A ROSA - SÉRIE: FÁBULAS DE MAYANDEUA
Havia, em um reino distante onde o sol brilhava forte e os ventos sopravam livres, um menino que era conhecido por todos como o "Viajante". Ele não possuía casa nem riquezas, mas carregava consigo algo muito mais valioso: sementes de rosas amarelas e uma bolsa cheia de mensagens de esperança. O menino caminhava pelas estradas do reino, enfrentando desertos secos, montanhas íngremes e florestas escuras, sempre com o mesmo propósito: plantar amor onde quer que fosse.
Certo dia, ao atravessar uma vila pobre e esquecida pelo tempo, o menino encontrou seus habitantes desanimados. As terras estavam áridas, as colheitas fracassavam ano após ano, e a esperança parecia ter abandonado aquele lugar. Sentando-se à sombra de uma árvore seca, o menino tirou de sua bolsa uma semente de rosa amarela e começou a cavar a terra dura com suas próprias mãos. Os moradores, curiosos, se aproximaram para observá-lo.
"Por que você planta uma flor em um solo tão seco?", perguntou um velho agricultor, balançando a cabeça em descrença.
"Porque até o solo mais seco pode abrigar vida", respondeu o menino com um sorriso. "E porque esta flor pode lembrar a todos que a beleza nasce da paciência e do cuidado."
Ao lado da pequena semente, ele fincou uma placa de madeira com uma mensagem simples: "Mesmo no deserto, o amor pode florescer."
Os moradores, tocados pelas palavras do menino, começaram a cuidar daquela semente como se fosse um tesouro. Regavam-na com água trazida de longe, protegiam-na do sol escaldante e falavam sobre ela como um símbolo de renovação. Com o tempo, a rosa amarela brotou, espalhando sua cor vibrante e seu perfume delicado pela vila.
Encorajados pela flor que cresceu contra todas as probabilidades, os moradores começaram a cuidar melhor de suas terras. Plantaram novas sementes, trabalharam juntos e, aos poucos, a vila voltou a prosperar. A rosa amarela tornou-se um símbolo de esperança, lembrando a todos que até o lugar mais difícil pode ser transformado com amor e dedicação.
Anos depois, o menino já havia partido para outras terras, deixando suas sementes e mensagens por onde passava. Mas sua lenda permaneceu viva. Em cada vila, cidade ou floresta onde ele esteve, surgiram jardins de rosas amarelas, cada uma acompanhada por uma mensagem que inspirava bondade e fé no futuro.
- Um poema para ti:
No recanto esquecido, onde o sol ardente desvela,
Caminha o menino viajante, com rosas amarelas,
Plantando esperança em solo seco e hostil,
Sua jornada é um poema, de amor e perfil.
Cada flor que brota, um gesto de carinho,
Nos caminhos poeirentos, traça seu destino.
Placas de madeira, mensagens de fé,
Promessas de um futuro, que sempre é.
Filho das estradas, sem lar ou destino,
Encontra refúgio no humano, divino.
Histórias contadas sob a lua e as estrelas,
Sua vida é um conto, de ternura e belas.
Observador atento da vida que passa,
Sabe das dores, mas não perde a graça.
Em cada cigarra, um cântico de louvor,
Nas madrugadas fragrantes, um novo ardor.
Apesar das lutas, carrega a primavera,
Sonhos de mudança, a vida que espera.
Rosas amarelas, placas de esperança,
O menino viajante, com amor nos lança.
- Rosas para o mundo!
Moral da História:
Assim como a rosa amarela que cresceu no solo árido, o amor e a esperança podem florescer mesmo nos lugares mais difíceis. Basta acreditar, cuidar e agir com paciência e perseverança, pois pequenos gestos de bondade têm o poder de transformar o mundo ao nosso redor.
FIM
Copyright de Britto, 2021
Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0477