*Nº 0259 - A IGUANA CIRANDEIRA DE MAYA - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA
Era uma vez uma iguana que morava na ilha de Algodoal. Ela se chamava Peliates Verdus e tinha um talento especial: ela sabia tocar ciranda como ninguém. Seu pandeiro, adornado com fitas coloridas, era seu companheiro inseparável. Peliates gostava de cantar sobre o meio ambiente, e todos adoravam suas músicas cheias de alegria e sabedoria. Um dia, Peliates resolveu fazer uma grande festa na praia para celebrar a chegada da primavera. Ela queria que todos seus amigos compartilhassem a magia daquele momento especial. Peliates preparou convites caprichados, decorados com desenhos de flores e conchas, e enviou para o unicórnio Oiresper, o siri André Nalina, o grifo Zéfiro, a tartaruga Teca, o macaco Macaé e muitos outros moradores da ilha.
A iguana dedicou dias para organizar a celebração. Preparou um banquete com frutas tropicais, verduras frescas e peixes suculentos, tudo disposto em grandes mesas feitas de madeira flutuante, adornadas com folhas de bananeira. Enfeitou a areia com pétalas de flores, estrelas-do-mar e conchas brilhantes, criando um cenário de sonho. Para iluminar a noite, ela construiu uma grande fogueira no centro da praia, onde todos poderiam se reunir. Quando a noite chegou, a lua cheia se erguia majestosa no céu, iluminando a praia com sua luz prateada. Os amigos de Peliates chegaram um a um, trazendo consigo risos e entusiasmo. Eles foram recebidos com abraços calorosos e logo se sentiram em casa, rodeados pela beleza da ilha e pelo som distante das ondas.
Com todos reunidos, Peliates pegou seu pandeiro e começou a tocar. A primeira ciranda que ela cantou foi uma homenagem ao manguezal, seu lugar favorito na ilha. Ela queria celebrar aquele ecossistema vital, berço de tantas formas de vida marinha. Com a voz suave e melodiosa, ela cantou:
Mangue, mangue, mangue,
Que beleza sem igual.
Mangue, mangue, mangue,
É o berçário natural.
Todos se encantaram com a música e formaram uma grande roda, dançando ao ritmo contagiante do pandeiro. As crianças riam e corriam, enquanto os adultos cantavam junto, sentindo a conexão profunda com a natureza. Em seguida, Peliates cantou sobre o desaparecimento das areias das praias, uma ciranda que alertava para os perigos da erosão costeira, causada tanto pelo homem quanto pelas mudanças climáticas. Sua voz ganhou um tom mais grave e solene enquanto ela cantava:
Areia, areia, areia,
Que cobre a beira do mar.
Areia, areia, areia,
Está sumindo sem parar.
Os amigos de Peliates se emocionaram e dançaram com mais vigor, conscientes da mensagem importante que a iguana transmitia. Sentiam-se parte de uma grande corrente de proteção e amor pela natureza. A próxima canção era sobre as redes de pesca que ameaçavam a biodiversidade marinha. Peliates queria denunciar a pesca predatória e incentivar práticas sustentáveis. A melodia era triste, mas cheia de esperança:
Rede, rede, rede,
Que prende os peixes no mar.
Rede, rede, rede,
Não sabe quando parar.
A ciranda continuou com temas variados, como a lua, as estrelas, o amor e a amizade. Cada canção era uma história, uma lição, uma celebração. Peliates conseguiu fazer todos rirem, chorarem, sonharem e se abraçarem. Ela era, sem dúvida, a alma da festa. Peliates mostrou que a música é uma forma poderosa de expressar sentimentos, transmitir mensagens e educar, tudo isso enquanto encanta. A ciranda, com sua simplicidade e beleza, unia todos em uma grande roda de celebração à vida e à natureza. Ao final da noite, com as estrelas brilhando no céu e a fogueira ainda crepitando, Peliates Verdus, a iguana cirandeira, olhou para seus amigos e sentiu uma profunda gratidão. Ela sabia que havia tocado seus corações e que, juntos, continuariam a proteger e celebrar a beleza de Algodoal.
- E assim, Peliates Verdus, a iguana cirandeira, fez a alegria de todos na ilha de Algodoal, deixando um legado de amor, música e respeito pela natureza.
FIM


