* Nº 0484 - A HISTÓRIA DE UMA PORTA - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA



Na cidade de Belém, no coração do Pará, erguia-se uma porta de madeira que transcendia sua função simples. Essa porta era conhecida como "Porta Poeta" e carregava consigo a beleza e a essência da região amazônica. Ela viera das grandes matas do Pará, das margens do rio Guajará, onde as manhãs eram acariciadas pelas brisas tropicais. Porta Poeta, como era carinhosamente chamada, tinha uma alma musical. Ela pensava feito música no ar, narrando as histórias da cidade com poesia em cada rangido, em cada suspiro da madeira envelhecida.

Numa noite encantada, quando a lua surgiu prateada no céu, trouxe consigo uma estrela deslumbrante. Essa estrela parecia um boi correndo em disparada, iluminando a cidade e despertando a passarada noturna. Belém, que já era conhecida por suas janelas sorridentes e pássaros coloridos, parecia ainda mais mágica naquela noite estrelada.

Foi nesse momento que Porta Poeta decidiu assumir um novo papel. Ela se tornou folclorista, dedicando-se a colecionar e compartilhar as histórias, lendas e tradições locais. Ao longo dos anos, ela se tornou uma guardiã do patrimônio cultural da cidade, preservando sua rica herança amazônica para as gerações futuras.

Porta Poeta narrava poesia e outras experiências da rua encantada onde estava. Com sua sabedoria centenária, ela se tornou um tesouro cultural da cidade da Fé, enriquecendo a vida de todos que a conheciam e mantendo viva a magia das riquezas de Belém.

Assim, a história de Porta Poeta é um testemunho da importância de preservar as tradições e culturas locais, enquanto adiciona um novo capítulo à rica tapeçaria de Belém, onde a poesia e a magia sempre andam de mãos dadas.

Porta Poeta, essa venerável porta de madeira, tinha uma história que remontava a séculos atrás. Ela era uma das poucas sobreviventes das grandes matas do Pará, uma das irmãs que tiveram a sorte de serem preservadas ao longo do tempo. Sua madeira resistente contava a história das árvores ancestrais que um dia dominaram a paisagem da Amazônia.

Ao longo dos anos, Porta Poeta testemunhou inúmeras gerações de moradores passando por ela. Ela ouviu segredos sussurrados e risadas de crianças que brincavam em suas proximidades. Sobreviveu a inúmeras tempestades tropicais e calor implacável, mantendo sua integridade e beleza.

Sua posição estratégica a tornou uma observadora privilegiada do movimento da cidade de Belém. Ela viu as mudanças que aconteceram ao longo das décadas, desde os tempos mais simples até o desenvolvimento moderno. Ela testemunhou o crescimento da cidade, a chegada de novos moradores e a preservação das tradições antigas.

Porta Poeta não era apenas uma guardiã da cultura local, mas também uma fonte de inspiração para muitos. Poetas, artistas e músicos frequentemente encontravam inspiração ao passar por ela. Suas entalhadas e desenhos singulares eram como um livro aberto, contando histórias da Amazônia e de sua própria jornada.

Com o tempo, Porta Poeta tornou-se um ponto de referência não apenas como uma porta funcional, mas como um símbolo vivo da cidade da Fé. As pessoas costumavam se reunir ao seu redor para ouvir suas histórias e cantar músicas inspiradas em sua presença. Ela era um elo entre o passado e o presente, conectando as gerações e enriquecendo a vida da comunidade.

E assim, a vida de Porta Poeta continuou a se desenrolar, como um capítulo contínuo da história de Belém, contribuindo para a preservação da cultura e do folclore local, enquanto inspirava a imaginação de todos que a conheciam. Porta Poeta era mais do que apenas uma porta; ela era uma testemunha viva da riqueza da cidade e um ícone de sua identidade única.

- Viva a todas as portas do mundo!


FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0484

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