* Nº 0453 - CANTIGA DE NINAR PEIXES - SÉRIES: A POESIA DE MAYANDEUA

Na Ilha de Mayandeua,  

Onde o tempo dança com as marés,  

Os encantos sussurram segredos milenares.  

Ali, as sereias tecem prosas ao luar,  

Suas vozes, como cordas de harpa,  

Acariciam os corações dos navegantes perdidos.  


As areias dessa ilha guardam mistérios,  

Elas brilham como pó de estrelas caídas,  

Conduzindo almas curiosas aos confins do céu.  

Quem caminha descalço por suas praias,  

Sente o toque suave das constelações,  

Como se o chão fosse um portal para o infinito.  


Nuvens que passam trazem riquezas de outras terras,  

Cargas de histórias, cantos e memórias antigas.  

Elas despejam sobre a ilha presentes celestiais:  

Gotas de orvalho que reluzem como diamantes,  

E sementes mágicas que brotam em flores no manguezal.  


Peixes mágicos nadam nas águas da ilha,  

Seus corpos brilham com escamas douradas,  

Refletindo os segredos do universo.  

Alguns dizem que esses peixes são mensageiros,  

Guardiões de promessas feitas à Lua.  

Eles guiam os sonhos dos que dormem nas margens,  

Levando esperanças às profundezas do oceano.  


No silêncio da noite,  

Quando a Lua está alta e as estrelas vigilantes,  

Os habitantes da ilha ouvem risos suaves.  

São as sereias, contando causos antigos,  

Histórias de naufrágios, amores proibidos,  

E tesouros escondidos sob as ondas.  


Elas falam de um tempo em que o mar era um espelho,  

Refletindo não apenas o céu, mas também os sonhos da Terra.  

Contam que as águas de Mayandeua têm memória,  

E que cada gota guarda um pedaço de história.  


Os peixes mágicos escutam essas prosas,  

E, em troca, oferecem suas próprias narrativas.  

Eles contam das correntes que viajam pelo mundo,  

Das criaturas que vivem nas profundezas inexploradas,  

E dos segredos que o oceano jamais revelará.  


As areias de Mayandeua,  

Tocadas pela luz das estrelas,  

Parecem sussurrar ao vento:  

"Somos fragmentos do céu,  

Guardiãs de sonhos e desejos".  


Quem se deita sobre elas,  

Sente o pulsar suave da terra,  

Como um coração que nunca descansa.  

É ali que o tempo parece parar,  

E as almas encontram paz.  


E nas nuvens que passeiam lentamente,  

Há mais do que apenas água e ar.  

Elas carregam pedaços de outros mundos,  

Fragmentos de culturas distantes,  

E histórias que o vento insiste em contar.  


Essas nuvens, ao tocar a ilha,  

Deixam rastros de magia no ar,  

Que se misturam às águas cristalinas,  

E fazem florescer jardins invisíveis.  

É uma dádiva silenciosa,  

Um presente para os que sabem ver.  


Os peixes mágicos,  

Com seus olhos brilhantes como estrelas,  

São os guardiões do equilíbrio da ilha.  

Eles nadam entre realidade e fantasia,  

Unindo o visível ao invisível.  


Dizem que quem consegue tocar um desses peixes,  

Ganha o dom de entender a linguagem do mar.  

Eles ensinam que tudo está conectado:  

O sopro do vento,  

O canto das sereias,  

E o brilho das estrelas na areia.  


Assim é Mayandeua,  

Uma ilha onde o encanto vive em cada detalhe.  

Onde o céu beija o mar,  

E as estrelas descansam nas areias.  


Ali, tudo respira poesia,  

E cada ser é parte de um verso infinito.  

Os peixes sonham, as sereias cantam,  

E a Lua, paciente, observa tudo.  


Mayandeua é mais do que um lugar,  

É um convite à contemplação,  

Um lembrete de que a magia existe,  

Desde que saibamos enxergá-la.


"Nãna peixinho... 

Que o Homem vem pegar." 

(...)


FIM


©CopyrightbydeBritto,2021

Projeto Musical e Literário Primolius  N° 0453









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