CAMBOAS DE CAMBOINHA Nº 0312 - CONTO

 



Na pacata Vila de Pescadores de Camboinha, situada na ilha de Mayandeua, as histórias da comunidade se fundiam com as águas que a rodeavam. As gerações passadas haviam aprendido a arte da subsistência com o rio que serpenteava por seus arredores. A pesca era um elo vital entre a vida da vila e os mistérios que o oceano escondia.

"Antigamente as pessoas faziam camboas para pescar!" era o refrão recorrente nas conversas à beira-mar. As mãos habilidosas dos mais velhos moldavam as pedras em círculos estratégicos, formando as camboas. Quando a maré recuava, a vila se reunia para testemunhar o espetáculo da captura.

Os jovens ouviam atentamente, com olhos brilhando, imaginando os dias em que o oceano sussurrava segredos aos pescadores. Contavam histórias de peixes que reluziam como joias e de momentos em que as águas dançavam sob a luz do sol.

Mas os anos se passaram e o mundo evoluiu. As histórias começaram a desvanecer, enquanto a modernidade encontrava seu caminho até Camboinha. As malhadeiras trouxeram métodos de pesca mais eficazes, e o tempo das camboas parecia se transformar em memória.

Foi então que Seryudis, um jovem curioso de espírito aventureiro, decidiu resgatar a tradição esquecida. Ele ouviu com atenção as narrativas dos mais velhos e mergulhou nas memórias da vila. Auxiliado por aqueles que ainda recordavam os segredos das camboas, Seryudis construiu uma estrutura de pedras com determinação e respeito.

Na chegada da primeira maré baixa, a vila se reuniu à beira-mar, olhos cheios de expectativa. Com uma dose de nostalgia no ar, Seryudis abriu o caminho para o oceano encher o círculo de pedras. Os corações pulsaram forte à medida que as águas recuavam, revelando peixes que nadavam em círculos dentro da camboa.

Naquele momento mágico, a conexão entre passado e presente se materializou. Seryudis sorriu para os mais velhos e para os jovens, transmitindo o legado que o oceano lhes concedera. As camboas de Camboinha agora não eram apenas pedras no mar, mas laços que uniam as gerações em um abraço sereno, onde a tradição encontrava seu lugar em meio à constante mudança.

Hoje, as Camboas da vila se transformaram em uma atração turística na região, atraindo visitantes que desejam vivenciar a história e a magia da pesca tradicional. As pedras de Camboinha contam histórias antigas, enquanto a vila abraça seu passado, presente e futuro, lembrando a todos que a conexão com a terra e o mar é um tesouro que merece ser preservado., um jovem curioso de espírito aventureiro, decidiu resgatar a tradição esquecida. Ele ouviu com atenção as narrativas dos mais velhos e mergulhou nas memórias da vila. Auxiliado por aqueles que ainda recordavam os segredos das camboas, Seryudis construiu uma estrutura de pedras com determinação e respeito.


FIM

Copyright de Britto, 2021

Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0312





Mensagens populares