*Nº 0409 - PRAÇAS DE MEMÓRIA - SÉRIE: CONTOS DE MAYANDEUA

 


Era uma noite especial em Maracanã, onde o céu era um oceano de estrelas e a praça central pulsava com a energia vibrante de um grupo de jovens. As risadas e as notas suaves de um violão se espalhavam pelo ar. Alguns compartilhavam histórias engraçadas, enquanto outros traçavam planos audaciosos para o futuro.

De repente, um grito alegre cortou o ar:  
"Olha, uma estrela cadente!"  

Todos os olhares se voltaram para o céu, onde um rastro luminoso cruzava o firmamento com uma beleza efêmera. Os rostos dos jovens se iluminaram, não apenas pela luz da estrela, mas pela esperança que ela despertava. 

“Eu quero ser escritor e tocar as pessoas com minhas histórias!”  
“Eu quero abrir uma escola de dança!”  
“Eu quero encontrar o amor verdadeiro!”  

Os desejos variavam de sonhos grandes a pequenos gestos de felicidade cotidiana, mas todos compartilhavam um fio comum: o desejo de um amanhã melhor. Alguns fecharam os olhos, fazendo seus pedidos em silêncio, enquanto outros riram e brincaram sobre os desejos mais ousados. O momento os conectava de maneira quase mágica, como se cada um fosse parte de algo maior.

Com o passar das horas, a conversa fluiu como as águas de um rio calmo. As músicas começaram a surgir, misturando melodias conhecidas com composições improvisadas. Uma jovem com um caderno rabiscava versos enquanto um amigo tentava acompanhar a letra no violão. O coro de vozes, às vezes harmonioso, às vezes caótico, preenchia a praça com uma energia única.

Ao redor, Maracanã dormia tranquila, com as estrelas e a lua como suas únicas vigias. A praça, com suas árvores iluminadas por luzes amarelas dos postes, parecia um santuário de juventude e liberdade. O silêncio do restante da cidade contrastava com a vida que pulsava ali, onde o riso ecoava como um lembrete de que o presente também é um tempo precioso.

No centro de tudo, havia um sentimento de gratidão mútua, um reconhecimento de que, mesmo que os caminhos os separassem no futuro, aquela noite estaria sempre presente nos corações de todos. Os cento e um desejos não eram apenas promessas feitas às estrelas, mas pactos silenciosos de apoio, de amizade e de um amor pelo que a vida tinha de mais simples e especial.

E assim, com o céu como testemunha e os ventos da noite como confidente, Primolius, o narrador de sonhos, guardava aquele momento como um segredo eterno. Pois sabia que os sonhos compartilhados e a alegria daquele instante eram as verdadeiras estrelas cadentes.


FIM 

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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 0409


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