ILHA DO MARAJÓ, PEIXES E OUTRAS MILHARES DE COISAS Nº 333
Carta - Poema (Diretamente de Mayandeua)
Foz do rio que domina,
Resguardo das águas estrangeiras,
Campos pluviométricos da puerícia,
Princesa das marés e dos rios talhantes.
Matas de reis e rainhas que dançam,
Lundus enfeitiçando as pernas e os quadris...
Flutuante de dezembro a São João...
Cheias,
Vazantes dos invernos de maresias,
Ilha do Marajó,
Encantadora paixão...
(Dalcídio tinha razão)
Brilhantismos de aves no céu escaldante,
Carpetes verdes na beira dos rios,
Mandangos coloridos no derradeiro da tarde,
Caboclo desta terra é também moderno.
Ventos para a pesca definida,
Búfalos mugindo por todos os cantos,
Cerâmicas e histórias do rejuvenescido vaqueiro...
Comandantes deste seio imaculado.
Milhares de coisas...
Boto encantado é residente,
Ilha celibatária, consorte marajoara,
Tens uma grande energia labial de histórias.
Capins envoltos nas cheias,
Ninhal de guarás festivos,
Vaqueiros aboiando nas margens,
Juntam gados de chifres retorcidos.
Festas da assembléia “bufalal,
Afuá de palafitas protegidas...
Chão nosso, cheios de experiências arriscadas.
Mangue fecundo do Marajó,
Aqui o céu é mais estrelado,
Suspirar poético...
Ilha do Marajó.
(Dalcídio tinha realmente razão)
E eu por aqui....
"Mayandeuando" no pensamento...
FIM
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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 333