Nº 0335 - FOGUEIRAS DO NORTE - SÉRIE: CRÔNICAS DE MAYANDEUA
Quando as fogueiras ardiam no arraial, todos queriam se aquecer e conversar com os amigos de estrada. Quiçá, ouviam-se gargalhadas dos adultos. E, ao som do coaxar dos sapos, o pequeno riacho refletia os fogos de artifício em sincronia com mais um estouro de amor.
Quando as fogueiras animavam a noite, ouviam-se ao longe as danças de quadrilha na vozearia das moças e rapazes dançando no terreiro de alegria. E, no caminho dos pares adornados com cores cintilantes, os dançarinos com suas roupas listradas e chapéus de palha traziam ao peito a festa do santo bendito.
Neste compasso de fumaça e perfume, sentia-se nos olhares joviais a certeza de que tudo aquilo era emocionante. Quando as fogueiras despertavam o interesse dos meninos do fogo, tudo era claro na noite estrelada pelas damas da fogueira de ouro.
Quando elas voltarem, seremos novamente os verdadeiros personagens das danças festivas em pares. E, no terreiro da minha consciência, estará o menino de botas surradas pulando as fogueiras nas noites de São João.
- Explosiva Saudade!
FIM
© Copyright de Britto, 2021 – Pocket Zine
Projeto Musical e Literário Primolius Nº 0335


