COISAS DA ILHA Nº 377 - TEATRO - 1 ATO





Cenário: No mangue durante a noite. Bem próximo ao trapiche.

Ela: Pitkey

Ele: Pitkaya

Ela: (no remanso, olhando para o céu) O que tu serás para mim? (pausa) Serás um desejo, um sacrifício, um destino?

Ele: (entrando no remanso) Talvez você tenha idealizado demais.

Ela: (olhando para ele) Mas sei o que sinto quando estás longe.

Ele: (fica ao lado dela) E eu, o que constituirei para ti?

Ela: (olhando para frente) Uma ponte para o meu destino, uma fragrância de desejos, um tutor para a minha vida.

Ele: (olhando para ela) O que seremos um para o outro?

Ela: (olhando para ele) Subterfúgios de ideias distintas, encarcerados de um amor desigual, um código que precisa ser interpretado.

Ele: (olhando para frente) O que significamos?

Ela: (olhando para frente) Cronologicamente efeitos de primaveras remotas, efeito estufa de desejos asilados, gladiadores de nossas agudezas.

Ele: (olhando para ela) E o que significaremos?

Ela: (olhando para ele) Tu serás eu e eu serei tu. (pausa) Uma dessemelhante forma de amar.


Fim da cena.


FIM 

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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 377


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