CIDADE DO VER-O-PESO Nº 349 - POEMA



Carta- Poema (Direto de Mayandeua)  


Mostruário da existência paraense, 

Milhares de zunzunzuns no ar, 

Barcos de pesca proeminentes, 

Milhares de peixes principiam a chegada da labuta. 


Bíceps transpirados e acelerados, 

Homens de ocupação certeira e as vezes  penosa, 

Artesanatos em bazares arranjados, 

Alvoroços de um povo aguerrido e orgulhoso. 


Ervas e atrativos  de todos os tipos, 

Fortuna e entusiasmo nas passagens úmidas, 

Patuás, essências, cheiros e vícios, 

Exposições de centenas de coisas miúdas. 


Frutas de matizes contentes e tropicais, 

Abafam o empório de paneiros, 

Pescados e aves a preços liberais, 

Machos, consortes e barraqueiros. 


Porto da existência que revigora, 

Um relógio vizinho da maré, 

Urubus e periquitos volitam em trova, 

Meninos e meninas de boa e má fé. 


Percorrer o mercado prazenteiro... 

Estilhaços do povo paraense, 

Filhos, netos e  bisnetos abrolhando, 

Nostalgias de minha gente.


- Um cheiro de peixe frito “nas ventas”.


FIM 


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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 349


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