OS VERSÍCULOS DOS OCEANOS Nº 0238 - POEMA




Nas entrelinhas dos vocábulos...
Os parágrafos e as vírgulas transformam-se em cores
Informes de marcas d’água de um livro confuso
Tonalidades e rasuras entre as laudas
Poemas compõem letras de Carimbós...
Poemas decompõem historias de amor...
Nos versículos, segundo os Oceanos...
Retratos são perfeitos quando estão submergidos.
Nas leis do que é certo para os náufragos
As expressões grifadas retribuem um questionável dilema...
Leis fragmentam a Natureza por completo...
Versos soltos através de Artigos
( Emoções que gritam á livre-arbítrio)
Nas entrelinhas das palavras...
A indigência de escrever poemas para as luminárias.
Nas páginas do Evangelho dos Oceanos...
Não existem segredos de búzios ou caracóis...
Nem tão pouco emite o som do ilimitado...
Neste cenário, há somente o mar escancarado...
Coberto de algas férteis...
E milhares de sacolas de plástico por entre as raízes “mangais”.
A cada manhã, segundo o evangelho dos mares e oceanos...
Tudo era abreviado, conforme as marés...
Enquanto aquela ilha estava lá.
Desfrutando o seu Oceano em forma de pedras.
E no decair das luzes do horizonte...
O náufrago desfragmenta o que resta de sua nau...
Enquanto os vocábulos sussurram onomatopeias...
Outras vírgulas marcavam o velho papel do tempo.
Nos versículos, segundo os Oceanos...
Fotografias são perfeitas...
Quando estão mais que perdidas!
Ou
Retratos são perfeitos quando estão submergidos.
Conservar é preciso!
Mayandeua ainda resiste.
De minha Polaroid!
A tua Natureza de 1990...
Mayandeua.

FIM

© Copyright de Britto, 2021 – Pocket Zine
Projeto Musical e Literário Primolius Nº 0238

Mensagens populares