SETEMBRO MAYANDEUENSE N°219

Silencio nas trilhas da ilha
Currais abarrotados de peixes,
Quintais e xerimbabos do Sal...
Dia de Feriado  Municipal...
Mariscos, cajueiros e açaizeiros...
Pescadores de fé nas entradas de seus currais.

Pássaros de muitas cores no extremo tempo...
Vermelho, branco,
Cinzas ao poder do vento...
Penas que locomovem a poesia...
Urubus dormindo fartados de peixes deixados ao relento...
Silêncio nos lagos e igarapés...
Setembro que vigora os olhos e a Natureza...
Ilha acolhe aquele que madruga,
Setembro é escaldante...
Faz o despertar de muitos no Centro da ilha.

Crianças brincam de pira por todas as vilas...
Suas vozes fazem vibrar o futuro que os espera...
Campinhos de futebol, repletos de poeira e tocos...
Quatro da tarde,
Transeuntes moleques,
Parando para o brincar de bola.

Jantar expostos de peixes...
Outros crustáceos chegando aos cestos de plásticos,
Estes são lavados e escolhidos...
No girau o sal exposto para o preparo...
Lenhas cortadas, imensas panelas exalam o camarão desta ilha...
Hora de tomar um trago de café e conversar.
Enquanto o camarão cozinha, mais conversas chegam...
Mais cestas chegam...
Quilos e quilos sairão da ilha na madrugada...
Um sossego na cabeça cabocla...
Pagar ou comprar o que aspiram....
Assim é definido este momento de muitos...
Chega a noite, mais intensa...
Pássaros vão chocando a natureza,
Carapanãs cumprem a sua sina,
Estórias da tia Maria no quintal...
Tia Santa na cozinha,
(Também contando histórias...)
Estórias diferentes e maravilhosas do interior.

Lua saindo na madrugada de Setembro
Casas de palha preparando o primeiro bule de café...
Mais silêncio nos caminhos da ilha...
Só o pavãozinho começando os seus primeiros concertos sonoros.

Dona Santa aparelhando o café com os pães caseiros...
Homens enrolando os seus fumos.
Vasilhas de querosenes sendo cheios...
O nascer da manhã vai chegando mais rápido...
Privadas lá no fundo do quintal,
Árvores deram de comer para as mucuras que não dormem...
Macaxeiras sendo cortadas...
Às vezes uma farinha de coco para degustar no café.

Mais silencio na nova manhã de Setembro que vai chegando.

Silencio no das trilhas da ilha,
Currais abarrotados de mais peixes,
Quintais e xerimbabos do Sal...
Passado o Feriado  Municipal,
Mariscos, cajueiros e açaizeiros...
Aguas verdes e azuis na maré distante...
Pescadores mais uma vez nas entradas de seus currais.

Vento, vento, vento...
Por todos os lados!

Setembro “de aqui!”

FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius N° 219

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