* Nº 0146 - CIRANDA DAS TRÊS RÃZINHAS - SÉRIE CIRANDAS DE MAYANDEUA




UMA RÃNZINHA PULOU
LÁ NO BRAÇO DO VELHO BANJO
PLAM,PLIM,PLOM
ASSIM TOCOU!
SAI!SAI! SAI!
MAMÃE FALOU!

OUTRA RÃNZINHA PULOU
LÁ NO BRAÇO DO MARACÁ
KRÉ,KRÉ, KRÉ! ELA CANTOU...
SAI!SAI! SAI!
MAMÃE GRITOU!


A TERCEIRA RÃNZINHA PULOU
BEM LÁ DENTRO DO CURIMBÓ
E AGORA?
COMO VAI SER?
ATÉ O GATO APARECER!

PLAM, PLIM,PLOM
XÉC,XÉC,XÉC
TUM,TUM,TUM
CRÉ,CRÉ,CRÉ
ONOMATOPEIA DAS RÃNZINHAS 
SEM CHULÉ.




RELATOS: 

Numa tarde de sol, lá perto do rio onde a sombra das árvores cria um mosaico de luzes dançantes, três rãzinhas resolveram explorar o mundo além das margens. A primeira rãzinha, com olhos curiosos e patas ágeis, pulou direto no braço do velho banjo esquecido ali no gramado. Mal ela pousou, e o banjo soltou um som improvisado, algo entre um "plam, plim, plom" — um novo estilo musical, talvez, uma dança de cordas sob as patas da pequena aventureira. Mas antes que o show pudesse continuar, sua mãe, sempre atenta, advertiu: "Sai! Sai! Sai!" E a rãzinha, mesmo relutante, saltou dali.

Mal a primeira rãzinha deixou o palco, a segunda já estava pronta para sua estreia. Ela escolheu um maracá abandonado no quintal. Com pulos e coaxados, começou sua própria percussão, soltando um "kré, kré, kré" que ecoava no jardim como uma melodia de festa, uma celebração do que é simples e puro. Mas, outra vez, a mamãe gritou: "Sai! Sai! Sai", interrompendo o pequeno concerto anfíbio.

E, então, veio a terceira rãzinha, que decidiu inovar. Em um pulo ousado, foi parar dentro do curimbó, o tambor tradicional, imenso e misterioso. Os sons agora ecoavam com profundidade, enquanto o curimbó ressoava como um trovão do tamanho das pequenas patas da rã. Ali ela ficou, enquanto as outras duas assistiam, quase hipnotizadas. Como isso ia terminar? A resposta veio rápido: até o gato da casa aparecer, farejando curiosidade e silêncio, e a rãzinha deu um salto rápido para a segurança do mato.

"Plam, plim, plom... Xéc, xéc, xéc... Tum, tum, tum... Cré, cré, cré..." As rãzinhas brincalhonas deixaram suas marcas sonoras, como um rastro de onomatopeias musicais. Naquele fim de tarde, as três amigas aprenderam que o jardim e seus instrumentos inusitados guardam mais aventuras do que podiam imaginar — e que talvez, da próxima vez, precisem fazer menos barulho para escapar da mamãe… e do gato!

- Dizem que houve uma grande festa no jardim naquela noite!


FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius N° 0146

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