* Nº 0148 - CIRANDA DA PRINCESA - SÉRIE: CIRANDAS DE MAYANDEUA
LÁ NAS DUNAS BEM BRANQUINHAS
ONDE A LUA VAI DESCANSAR
MORA UMA LINDA PRINCESA
VENHAM TODOS ADMIRAR.
PRIN, PRIN, PRIN
É O SOM DO VENTO...
ZÁ, ZÁ, ZÁ...
FAZ O SOM DO MAR.
(PRIN - CE - SA!)
NO NASCER DO SOL
QUANDO OS HOMENS VÃO PESCAR
PRINCESINHA OS PROTEGE
DO BALANÇO QUE VEM DO MAR.
CIRANDA DA PRINCESA
CRIANÇADA VEM DANÇAR
RODA CIRANDA
QUE A PRINCESA (nome da criança)
AGORA VAI ENTRAR.
TODOS
(PRINCESA! PRINCESA!)
RELATOS:
Lá nas dunas brancas de Algodoal , onde a lua se estende em descanso e o vento assovia suave como um segredo, mora uma princesa de beleza singular. Não é uma princesa qualquer, nem uma que mora em castelos de pedra ou entre torres de cristal. Ela é uma princesa de areia e brisa, de sonhos e maresia, e seu reinado é a imensidão das dunas, que muda de forma ao toque dos ventos.
À noite, o céu estrelado cobre as dunas como um manto brilhante, e a princesa se mistura à paisagem, tornando-se parte da noite. Ela dança ao som do mar e do vento, uma dança que só os atentos podem ver, algo entre um murmúrio e uma lembrança antiga. Seus movimentos são leves, como se flutuasse sobre a areia, e quando o vento sopra entre as dunas, ele traz consigo o som do seu nome, sussurrado em tons de mistério.
Quando o sol nasce, os pescadores vêm para o mar, levando consigo a esperança de um bom dia de trabalho. E lá, no balanço das ondas, eles sabem que a princesinha das dunas vela por eles, uma protetora silenciosa que, dizem, guia suas embarcações e lhes oferece o abraço das águas. Nenhuma tempestade, acreditam, pode superar o carinho dessa princesa que vive entre o céu e o mar.
E, quando o dia clareia e as crianças chegam para brincar nas dunas, é como se ela se escondesse, assistindo de longe, entre sombras e brilhos. Elas se reúnem para dançar a ciranda da princesa, criando uma roda de alegria e encanto que a homenageia. Cada criança é coroada, por um instante, como princesa ou príncipe das dunas, assumindo o reinado efêmero de um espaço encantado.
No final, a princesa desaparece com a última luz do dia, escondida nos segredos das dunas. E quem a viu dançar com o vento, quem ouviu seu nome nos sussurros das ondas, carrega essa memória com o coração cheio de encantamento. Porque, afinal, nas dunas branquinhas, onde o céu e o mar se encontram, há sempre um pouco de magia à espera de quem sabe onde olhar.
FIM
Copyright de Britto, 2020
Projeto Literário e Musical Primolius N° 0148