*Nº 0823 - A PRINCESA DE ALGODOAL - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA
Em uma era de descobertas e desbravamentos, onde navegadores audazes enfrentavam as águas desconhecidas em busca de tesouros e histórias enigmáticas, surge uma lenda que perdura através dos séculos: a lenda da Princesa de Algodoal. Nesse cenário repleto de mistérios e aventuras, um destemido navegador cruzava as águas próximas à ilha de Algodoal, acompanhado por sua leal tripulação e sua jovem filha, a princesa daquela embarcação. Entre os bravos marinheiros, destacava-se um jovem e corajoso marinheiro, cujo destino seria entrelaçado de maneira inesperada com o da princesa.
O amor, imprevisível como as correntezas do mar, floresceu entre a princesa e o marinheiro, desafiando as convenções e os laços familiares. No entanto, a felicidade do casal foi abruptamente interrompida pela ira do pai da princesa, o honrado capitão da embarcação, que via no amor proibido uma afronta à sua autoridade e tradições. Enquanto o capitão, ordenou que o marinheiro fosse lançado às águas revoltas como punição pelo suposto ultraje, desesperada diante da tragédia, a princesa lançou-se ao mar em uma tentativa desesperada de salvar seu amado marinheiro. O eco de seu grito de angústia ressoou nas mentes atormentadas da tripulação,
Por décadas, a ilha de Algodoal foi envolvida por um véu de mistério e tristeza, enquanto a lenda da princesa desaparecida se perpetuava entre os habitantes locais. Contavam os mais antigos que, durante as noites de lua cheia, uma figura enigmática emergia das profundezas do oceano, envolta em um manto de tristeza e saudade. Ela era a Princesa de Algodoal, condenada a vagar eternamente entre os vivos e os mortos, em busca de redenção e libertação. Sua presença era sentida nas brisas noturnas que sussurravam segredos ancestrais e nas melodias tristes que ecoavam pelas praias desertas.
Com o passar do tempo, a lenda da princesa se mesclou com outras histórias e mitos da região, criando uma teia de muitas lendas e tradições que ecoavam através dos séculos. E assim, enquanto o sol se punha sobre as águas calmas de Algodoal, a princesa continuava sua jornada solitária, esperando pelo dia em que finalmente encontraria a paz que tanto buscava. Enquanto isso, a ilha de Algodoal permanecia um lugar de mistérios e encantos. As marés carregavam os sussurros da princesa, e as ondas pareciam contar sua história a cada rebentação. Os moradores da ilha, respeitando a memória da princesa, mantinham suas tradições vivas, celebrando sua bravura e lamentando sua trágica história.
A Princesa de Algodoal tornou-se um símbolo de amor eterno e coragem indomável. Os navegadores que passavam pela ilha deixavam oferendas na praia, na esperança de apaziguar seu espírito e garantir sua própria segurança nas travessias perigosas. As crianças da ilha cresciam ouvindo a lenda e aprendiam desde cedo o valor da compaixão e do sacrifício. Assim, mais uma tarde se despedia da ilha, enquanto a Princesa de Algodoal continuava a tecer sua história de amor, coragem e mistério. Sua lenda transcendeu o tempo e continuou a fascinar os corações daqueles que ouviam seu eco nas margens da ilha e nas profundezas de suas águas mágicas. E, à medida que a lua cheia surgia no céu, a princesa emergia das ondas, seu semblante refletindo tanto a tristeza de seu passado quanto a esperança de um futuro onde pudesse encontrar paz. Em cada brisa noturna, em cada canto de sereia, a presença da Princesa de Algodoal se fazia sentir, lembrando a todos que a verdadeira força reside no amor inabalável e na coragem de enfrentar até os desafios mais sombrios.
Assim, a lenda da Princesa de Algodoal continuava a viver, perpetuada pela memória coletiva e pelo poder da narrativa, uma história que jamais seria esquecida enquanto as ondas do mar de Algodoal continuassem a beijar suas margens encantadas.
- E esta é uma das histórias! Existem várias, segundo Primolius.
- Histórias de aqui!
FIM
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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0823