Nº 0803 - BAILAR DE NUVENS - CRÔNICA

 



Ao romper da aurora nas  ilhas,  as nuvens despertam como bailarinas cósmicas, dançando no palco infinito do céu sobre as suas águas serenas. Elas adentram os aposentos, flutuando como mensageiras de sonhos e desejos, enquanto os primeiros raios de sol pintam o horizonte. Para os "meninos adultos" da ilha, imersos na simplicidade e na beleza natural que os rodeia, as nuvens oferecem um convite para a contemplação, uma pausa para a imaginação voar livre. Entre a fronteira da realidade e da fantasia, enquanto os barcos e canoas seguem os seus destinos tranquilos, cada nuvem é uma história, um espelho das próprias aspirações, refletindo a conexão profunda entre o homem e a natureza que diariamente desenham as suas rotas imaginárias.

Eis as nuvens cruzando o horizonte, vão desenhando trajetórias que desafiam a perfeição dos ventos. Elas persistem, como artistas caprichosas, encantando os habitantes da ilha com seu espetáculo em constante mutação. Em sua dança sobre Mayandeua e Algodoal, as nuvens se tornam telas vivas para os poetas do ar e do mar. Recebem serenatas dos pássaros, ecoam as melodias do vento e se tingem com as cores exuberantes do entardecer. Não são apenas brancas e puras, mas refletem as nuances da vida na ilha, do sonho e da realidade entrelaçados.

"Cada nuvem conta uma história", proclamam os habitantes, mergulhando na imensidão do céu em busca de significado. As nuvens, fascinantes, nos lembram da beleza do mundo, da importância de apreciar cada momento e encontrar inspiração mesmo nas circunstâncias mais comuns. Assim, os habitantes das ilhas seguem adiante, carregando consigo o encanto das nuvens e a certeza de que, mesmo nas incertezas da vida, sempre há beleza e poesia a serem descobertas na serena vastidão do céu que os envolve, alimentando suas almas com esperança e encantamento a cada amanhecer.

À medida que o dia avança e o sol alcança o seu ponto mais alto no céu, as nuvens continuam sua dança celeste, mudando de forma e cor, como se contassem histórias aos observadores atentos. Os ventos marítimos brincam com seus contornos, esculpindo obras de arte em constante transformação, enquanto os habitantes da ilha se deixam embalar pelo espetáculo que se desenrola acima deles.

Ao entardecer, as nuvens se despedem com uma última reverência, pintando o horizonte com pinceladas de magia. E mesmo quando a noite cai e o firmamento se enche de estrelas, a lembrança das nuvens bailarinas permanece viva na memória dos habitantes da ilha como um lembrete constante da beleza e da poesia que permeia suas vidas.

E assim, envoltos pela serenidade da noite e pela promessa de um novo amanhecer, os habitantes entregam-se ao sono dos navegantes, sonhando com novas histórias que as nuvens trarão consigo na próxima alvorada. Para eles, as nuvens não são apenas fenômenos atmosféricos, mas sim companheiras de jornada, guardiãs dos seus sonhos e testemunhas silenciosas da sua existência na vastidão do universo que se chama, Liberdade!

- Primolius diz: 

- Vem pra cá  contar a  tua história!


FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius N° 0803



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