Nº 0800 - RETALHOS DE VIDA SOB O LUAR DE 1992 - CRÔNICA

 



Direto de Mayandeua, lembranças...

O ano de 1992 se revela como um livro aberto, suas páginas repletas de memórias entrelaçadas que ecoam como uma sinfonia da nostalgia. Sob o manto prateado da lua, um cenário se desdobra, onde cada detalhe é um convite à imersão nas lembranças de um tempo que parece ter sido esculpido pelos deuses da serenidade.

O aroma enigmático do patchouli, entrelaçado com o calor reconfortante do chá de canela, perfuma o ar como uma poesia sensorial. A luz tremeluzente da lamparina, com seus jogos de sombras nas paredes, empresta ao ambiente um toque de magia, transformando simples conversas em epopeias dignas de serem eternizadas.

Os risos, como melodias alegres, dançam pelo ar, abraçando todos os presentes numa atmosfera de camaradagem e alegria. Enquanto as meninas, com seus vestidos estampados, parecem bailarinas em um palco improvisado, os meninos, ágeis e destemidos, correm pelos recantos do quintal, deixando atrás de si uma trilha de aventuras e travessuras.

Na penumbra da noite, os segredos se revelam aos ouvidos atentos, sussurrados pelo vento cúmplice que se entrelaça com os fios de cabelo das moças. Entre conversas animadas e histórias que ganham vida própria, o tempo parece desacelerar, permitindo que cada momento seja saboreado como um vinho raro, envelhecido pela ternura e pela saudade.

Nos recônditos do interior, a simplicidade é a rainha soberana, e a felicidade se desvela nas pequenas dádivas do cotidiano. Sob o olhar benevolente dos mais velhos, as tradições se entrelaçam com o presente, criando um laço de conexões que transcende o tempo e o espaço.

Em cada esquina, em cada sombra, em cada riso, reside uma história, um fragmento de vida que se inscreve na tapeçaria da existência. E é neste palco de lembranças, onde o passado e o presente se entrelaçam como amantes entrelaçando os dedos, que as memórias de 1992 se erguem como monumentos à efemeridade da vida, imutáveis e eternas.


Conversas: 

- Já "vistis"o Sol na janela?

- Não "sumano"

- "Acriditi" Ele tá sorrindo prá cá!

(Interior quando amanhece!)


FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius N° 0800


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