Nº 0795 - O HOMEM BALCÃO - CRÔNICA

 



Edysus, imerso no turbilhão da vida urbana, sentia-se cada vez mais sufocado pela pressão do cotidiano. As demandas incessantes do trabalho e a constante agitação das ruas pareciam consumi-lo, deixando-o exaurido e desanimado. Cada palavra que escapava de seus lábios era carregada de tensão, refletindo o peso do estresse que carregava consigo. Enfim, trabalhava atrás de um balcão por quase 10 horas diariamente. 

Um dia, enquanto observava a frenética atividade ao seu redor, algo dentro de Edysus despertou. Um desejo ardente de escapar daquela prisão de concreto e encontrar um refúgio longe da agitação das grandes cidades tomou conta de sua mente. Decidido a buscar um alívio para sua alma aflita, ele empreendeu uma jornada rumo à natureza. Guiado pelo instinto de liberdade, Edysus deixou para trás o barulho ensurdecedor das ruas e adentrou em meio às vastas paisagens naturais. À medida que se afastava da civilização, a tensão em seus ombros parecia diminuir, substituída pela serenidade que só a natureza poderia oferecer.

Caminhando por trilhas sinuosas e explorando bosques e matas tranquilas, Edysus sentia-se revigorado pela energia do ambiente natural. Cada inspiração de ar puro enchia seus pulmões e renovava suas forças, enquanto sua mente encontrava paz em meio à beleza intocada da paisagem. Ao final de sua jornada, Edysus encontrou o refúgio que tanto buscava: um recanto sereno, onde o som suave dos pássaros e a  brisa através dos ventos nas árvores era a única melodia que ecoava. Ali, longe das pressões e das preocupações da vida urbana, ele descobriu um novo sentido de calma e harmonia, conectando-se profundamente com a essência pura da natureza.

Enquanto contemplava o horizonte vasto diante de si, Edysus compreendeu que, mesmo nas grandes cidades, sempre haveria um refúgio na natureza para aqueles que buscam paz e tranquilidade. E, com o coração cheio de gratidão, ele prometeu a si mesmo nunca mais esquecer o poder restaurador dos lugares naturais em meio à agitação da vida moderna.  Após encontrar seu refúgio na natureza e experimentar a serenidade que tanto buscava, Edysus sentiu-se completo de uma maneira que há muito tempo não experimentava. No entanto, sua jornada rumo à paz interior reservava-lhe ainda mais surpresas. Durante uma de suas pescarias solitárias em um Riomar tranquilo, Edysus conheceu uma mulher extraordinária, cuja alma parecia tão conectada à natureza quanto a dele. Ela era uma moradora do Salgado, uma comunidade à beira-mar que vivia em harmonia com o mar e suas dádivas. O encontro com essa moça foi um momento de transformação para Edysus. Juntos, compartilharam suas histórias, suas esperanças e seus sonhos. Ele compartilhou sua jornada em busca de paz, enquanto ela compartilhou a sabedoria ancestral da vida na costa, da pesca e da simplicidade que ela oferecia. Com o tempo, Edysus e a mulher do Salgado se apaixonaram, encontrando na companhia um do outro uma conexão profunda e significativa. Eles se casaram e decidiram viver da pesca, sustentados pela generosidade do mar e pela simplicidade da vida na costa.

Nas manhãs calmas e nas noites estreladas, Edysus e sua esposa navegavam juntos pelas águas mareadas, compartilhando momentos de silêncio contemplativo e risadas alegres. Cada dia era uma bênção, uma oportunidade de viver em harmonia com a natureza e um ao outro. E assim, Edysus encontrou não apenas um refúgio na natureza, mas também um lar e um amor verdadeiro. Sua jornada de busca pela paz interior o levou a descobrir não apenas a beleza da natureza, mas também a beleza do amor e da simplicidade da vida compartilhada com alguém especial.

Enquanto observava o pôr do sol pintar o céu de tons reluzentes, Edysus sabia que encontrara seu verdadeiro lugar no mundo, ao lado daquela que se tornara sua companheira de vida. E juntos, eles navegaram rumo a um futuro de harmonia, amor e felicidade, onde a natureza era não apenas um refúgio, mas também um lar.


- Magias do Salgado!


FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius N° 0795


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