Nº 0794 - QUANDO OS PÉS DORMEM - CONTO

 

Nas margens da bela praia da Princesa, em Algodoal, há um lugar onde os sonhos se encontram com a realidade, onde os pés cansados encontram o descanso merecido e a mente inquieta se aquieta ao som das ondas de Maya . É nesse refúgio de tranquilidade e inspiração que a história de Lucys ganha vida, como uma crônica de encontros improváveis e descobertas surpreendentes.

Ao chegar à praia da Princesa, Lucys deixou para trás o frenesi da cidade grande, ansioso por respirar o ar puro e sentir a energia revigorante da natureza. Deixou-se levar pela brisa suave que sussurrava segredos antigos e pelos tons suaves do entardecer, que tingiam o céu de nuances douradas. Sentado à beira-mar, com os pés afundados na areia macia, o rapaz viu-se envolvido por uma sensação de paz e serenidade que há muito tempo não experimentava. Era como se o mundo inteiro desacelerasse ao seu redor, dando-lhe tempo e espaço para simplesmente ser o que realmente era, sem compromissos do mundo de fora.  .

Foi então que, num momento inusitado, seus pés começaram a adormecer, como se a própria terra os convidasse a um descanso merecido. Inicialmente confuso, Lucys permitiu-se mergulhar na sensação peculiar, entregando-se ao fluir dos pensamentos e emoções que se desdobravam diante dele.

Nesse estado entre o sono e a vigília, o cidadão sentiu-se inundado por uma torrente de ideias brilhantes, como se os próprios pés adormecidos fossem um portal para um mundo de criatividade e inspiração. Esqueceu-se do tempo, deixando-se levar pela correnteza dos pensamentos que o levavam a lugares desconhecidos e aventuras inesperadas.

Quando finalmente abriu os olhos, o sol já se punha no horizonte, tingindo o céu de tons alaranjados. Era como se o próprio universo celebrasse o despertar de Lucys para uma nova compreensão sobre si mesmo e sobre o mundo que o rodeava. Com um sorriso nos lábios e o coração cheio de gratidão, o paraense levantou-se da areia, sentindo os pés despertarem do seu sono profundo. Sabia que ali, naquela praia mágica da Princesa, encontrara não apenas a inspiração que buscava, mas também um profundo entendimento sobre a conexão entre mente, corpo e natureza.

E assim, enquanto as últimas luzes do dia se desvaneciam no horizonte, Lucys caminhou de volta para a vila,  levando consigo as lembranças preciosas daquele momento único e a certeza de que sempre haveria um refúgio na praia da Princesa, onde os sonhos se tornam realidade e os pés cansados encontram o merecido descanso.

E, enquanto o rapaz se afastava da praia da Princesa, uma sensação de mistério pairava no ar, como se as ondas sussurrassem segredos ancestrais e as estrelas que começavam a surgir guardassem histórias jamais contadas. Era como se aquele lugar guardasse enigmas que só os mais atentos seriam capazes de desvendar.

De volta à cidade de Belém, Lucys carregava consigo não apenas lembranças, mas também um profundo desejo de retornar àquela praia mágica, onde os pés adormecem e os sonhos despertam. Pois, nas margens da praia da Princesa, em Algodoal, há muito mais do que simplesmente areia e mar. Há mistérios esperando para serem desvendados por aqueles que têm a coragem de se entregar à magia do desconhecido.

- Coisas da ilha!

FIM

Copyright de Britto, 2021 – Pocket Zine

Projeto Musical e Literário Primolius N° 0794