*Nº 0611 - CONTATOS IV (AR) - SÉRIE: CONTOS FANTÁSTICOS DE MAYANDEUA


Era uma tarde friana pequena vila costeira próxima à ilha de Mayandeua. O sol se punha no horizonte. Atuantes e Dinaery caminhavam de mãos dadas, perdidos em conversas sobre suas próximas aventuras. Eles sempre foram fascinados pelo desconhecido – desde as lendas locais até as histórias de mundos distantes que pareciam existir apenas nos sonhos.

De repente, uma brisa mais fria começou a soprar, trazendo consigo um som etéreo. Era um som hipnótico, quase palpável, que parecia puxá-los para uma parte isolada da praia. Intrigados, eles seguiram o chamado, seus passos guiados por uma força invisível.

No final da trilha, encontraram algo extraordinário: um artefato enterrado parcialmente na areia molhada. Era uma esfera cristalina, envolta em símbolos antigos que brilhavam com uma luz azulada. Parecia pulsar com vida própria. Sem hesitar, ambos tocaram o artefato ao mesmo tempo.

Assim que seus dedos encostaram na superfície fria do cristal, uma explosão de luz os envolveu. O mundo ao redor desapareceu, e eles sentiram como se estivessem sendo sugados por um turbilhão de cores e sons. Quando abriram os olhos novamente, estavam em uma época completamente diferente. Era o passado – mas não apenas qualquer passado. Eles se viram como crianças, correndo pela mesma praia onde haviam encontrado o artefato. Para sua surpresa, perceberam que já tinham se conhecido antes, embora não tivessem memória disso em suas vidas adultas. Naquela época, eram apenas dois jovens exploradores curiosos, atraídos pelas mesmas histórias e mistérios da ilha de Mayandeua.

Enquanto exploravam aquela versão antiga da ilha, descobriram que ela era muito mais do que aparentava ser. Cada detalhe indicava que Mayandeua era um portal entre mundos – um lugar onde o tempo e o espaço se dobravam para permitir encontros improváveis.

Durante sua jornada no passado, Atuantes e Dinaery ouviram falar de uma narrativa local: a Princesa do Vento, uma guardiã mística que protegia os segredos da ilha. Segundo as histórias, ela possuía o poder de chamar almas corajosas de diferentes épocas para vivenciarem aventuras em seu reino encantado. Esses escolhidos eram destinados a aprender lições profundas sobre o universo e a si mesmos. Em uma cabana à beira-mar, meio escondida entre as dunas, eles encontraram um diário antigo. Suas páginas continham registros detalhados de todos os encontros que eles haviam tido ao longo das décadas – encontros que seus "eus" adultos não lembravam. O diário revelava que Atuantes e Dinaery eram almas gêmeas, conectadas por um laço cósmico que transcendia o tempo e o espaço. Eles tinham sido escolhidos pela Princesa do Vento para proteger os segredos de uma parte da  ilha e ajudar a manter o equilíbrio entre os mundos. 
Mas o diário também continha advertências: havia forças sombrias tentando corromper a magia de Mayandeua. Essas forças buscavam o artefato para abrir portais proibidos e libertar entidades malignas presas nas profundezas do oceano.

Enquanto continuavam sua exploração, Atuantes e Dinaery depararam-se com uma cena surreal. Sob a luz da lua, uma figura alienígena flutuava sobre as águas calmas. Sua pele translúcida refletia as estrelas, e seus olhos brilhavam como galáxias distantes. Ele segurava um instrumento estranho, feito de cristais e metais desconhecidos, que emitia sons incríveis ao toque do vento. Os sons eram como uma sinfonia universal, capaz de evocar emoções profundas e memórias esquecidas. Atuantes e Dinaery sentiram lágrimas escorrerem por seus rostos enquanto ouviam a música. Era como se o alienígena estivesse contando a história do cosmos – desde o nascimento das primeiras estrelas até o destino dos mundos ainda por nascer.

O alienígena explicou que ele era um emissário de uma civilização antiga, enviada para observar e proteger planetas especiais como a Terra. Ele disse que Mayandeua era um ponto focal de energia cósmica, um lugar onde múltiplas dimensões se cruzavam. O artefato que eles haviam encontrado era uma chave para esses portais, mas também uma responsabilidade perigosa.

Quando a viagem no tempo chegou ao fim, Atuantes e Dinaery retornaram ao presente com uma nova compreensão de quem eram e qual era seu propósito. Eles sabiam agora que suas vidas estavam interligadas não apenas pelo amor, mas por uma missão maior: proteger os segredos de Mayandeua e garantir que as forças do mal nunca dominassem o equilíbrio do universo. Com o passar dos anos, eles viajaram por dimensões desconhecidas, enfrentaram criaturas místicas e aprenderam os segredos dos deuses antigos. Seus nomes ecoaram em mundos distantes, e suas histórias inspiraram gerações de exploradores e sonhadores.

Mesmo após suas mortes físicas, dizem que Atuantes e Dinaery continuaram a existir sendo mais dois de centenas de  espíritos guardiões de Mayandeua. Alguns afirmam ter visto duas figuras caminhando pela praia sob a luz da lua, segurando um artefato brilhante. Outros juram que ouviram melodias celestiais vindas do mar, como se o alienígena etéreo ainda estivesse ali, tocando seu instrumento mágico. A história de Atuantes e Dinaery  é transmitida para alguns que tenham afinidades Ufológicas. Ela serve como um lembrete de que, às vezes, o maior mistério não está no que podemos ver, mas no que sentimos dentro de nós – e que o verdadeiro significado da vida é buscar conexões que transcendem o tempo, o espaço e até mesmo a realidade.

FIM

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Projeto Literário e Musical Primolius Nº 0611

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