ACALANTO PARA RAIMUNDO. N ° 041 - POEMA






Ele deitou...
E novamente veio em seu campo de memória
o primeiro pensamento infantil.
Tudo pareceu calmo...
Lembrou-se das pescarias em Mosqueiro, Salinas e Marajó.
(A vida parecia para ele, mas racional... Há muito tempo).

Ele deitou...
E adquiriu com o fechar dos olhos uma luz suave...
Mostrou-se o que eu não entendia pelo avesso das lembranças
de sua geração de poucos causos.
(E planos)

Ele deitou...
Virou para o lado,
Viu as paredes de palha,
As fotos da família...
(Só queria dormir!)

Ele deitou...
Mas o calor não deixava o seu corpo nutrir
o que tanto almejava...
E pensou: O verão por estas bandas do Nordeste Paraense,
ultimamente estava muito forte...
Mayandeua estava mudada...
(Longe ouviu latidos)

Ele deitou...
Suspirou e conseguiu dormir.
(A janela ficou aberta).

(E somente os morcegos da ameixeira testemunharam quando Raimundo morreu).


FIM

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Projeto Musical e Literário Primolius Nº 041

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